sábado, 21 de agosto de 2010

A tentação do PSD para a crise é um mau serviço ao país

A frase é retirada da primeira página do Expresso que pode ser vista aqui. É uma declaração realizada pelo Primeiro Ministro José Sócrates em exclusivo ao Expresso.

No caso da liderança de Pedro Passos Coelho todas as iniciativas tomadas por ele acabam por prejudicar o país e agravar a situação de crise que todos atravessamos. Se agora nos podemos queixar de uma forte crise internacional, da última vez que o PSD foi governo o desastre foi de tal ordem que o Presidente da República teve que tomar a iniciativa política para tirar o país da crise política em que se encontrava. O mesmo PSD que hoje crítica as despesas desnecessárias realizadas no país, foi o PSD que comprou submarinos, carros de combate, deu os primeiro passo para o TGV e para o novo aeroporto, avançou com um conjunto parcerias público privadas que se mostraram ruinosas, etc.

Agora, na oposição, o PSD não só não é capaz de tomar posições credíveis, como não consegue perceber que se o governo não tem uma maioria no parlamento, o PSD muito menos a tem. 

E o que sugere? A três semanas do limite para o Presidente da República poder convocar eleições antecipadas, mas para isso precisava de ter razões jutificáveis e tempo para realizar todo o processo de consultas impostas pela Constituição, ameaça o país com a criação de uma crise artificial. Crise que atrasaria um ano a aprovação de qualquer orçamento de um futuro governo a ser eleito nas referidas eleições.

Sejam sérios. Utilizem os instrumentos parlamentares que existem para deitar o governo abaixo e tentem dar uma alternativa credível ao país. Ou então estejam calados.

Ameaçam não deixar passar o Orçamento Geral do Estado, esquecendo que existem outros partidos que poderão ter posições mais sérias ou que se necessário o Governo terá responsabilidade suficiente para governar com um Orçamento por Duodécimos.

E quais são as suas exigências? Reduzir a despesa, não aumentar a impostos e não retirar benefícios fiscais ou apoios sociais. 

No primeiro caso, concordo mas quando o Governo realiza qualquer reforma para reduzir a despesa o PSD é contra. Vejamos os caso próximos de nós, tais como o "atraso" das obras da REFER, onde o PSD até pediu explicações ao Governo, esquecendo-se que todos os dias pede cortes na despesa.

O Governo reorganiza a rede escolar, encerrando 701 escolas, o que afectará cerca de 10.000 estudantes (ou seja  cerca de 14 alunos por escola o que representa 3,5 alunos por sala) e o PSD está contra.

Reorganiza o SNS encerrando os estabelecimentos que não tem condições de prestar um bom serviço e o PSD está contra.

Mas o mesmo PSD gostaria de privatizar os transportes, o ensino e a saúde. Ou pelo menos onde essa privatização fosse interessante e lucrativa para os privados.

No caso do aumento dos impostos, recordo-me logo dos aumentos no IVA realizados nos Governos de Cavaco Silva e de Durão Barroso. Nem vale a pena dizer mais nada.

No caso dos benefícios fiscais e apoios sociais o PSD devia ser claro nas suas posições.

Continuar a dar benefícios fiscais aos mais ricos, pois o que está em causa são os benefícios de quem pode recorrer às instituições de saúde e de ensino privadas. E claro deste modo beneficiar estas instituições pois assim existe mais um argumento para se utilizarem os seus serviços. Esta discussão recorda-me as palavras de Bagão Félix quando dizia que os PPRs só beneficiavam a banca, o que concordo. Porque é que neste caso será diferente?

Mas no caso dos apoios sociais aos mais desprotegidos a posição do PSD é clara, e eles devem ser retirados. 

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