sábado, 24 de abril de 2010

Demasiado fora de tempo, por Rodrigo Lopes

Não queria acreditar no que me disseram, e fui ler o que foi escrito.
E o que retiro do seu escrito, Sr. Dr. João Lima, é que o Sr. ficou cego com a minha referência à CDU.
Repare, Sr.Dr, que igual referência fiz relativamente ao PSD, e não vejo da parte do PSD tanta exasperação, tanto ódio recalcado.
Sei que da parte do PCP, é típico esse tipo de reacções, contra quem sai do partido, só que eu nunca saí, por nunca ter entrado.
Recordo-lhe que aceitei ser candidato pela CDU, e orgulho-me dessa decisão, pois sempre vi, e continuo a ver, o PCP como um baluarte da liberdade, da democracia e orgulho-me do modesto contributo que dei numa altura em que poucos se atreviam a intervir social e politicamente, tendo inclusivamente sofrido, na altura, represálias profissionais por ter encabeçado a lista da CDU, situação essa que o senhor deve desconhecer, pois nessa altura ainda era muito novo, mas informe-se da grande polémica e repercussão nacional que teve a decisão da Associação Comercial ter dispensado os meus serviços de jurista por ter sido candidato pela CDU, consulte os jornais nacionais e locais da época.
Fiz o melhor que pude, pelo menos os resultados eleitorais foram bem melhores do que os últimos.
Mas lembro-lhe, que não é pelo facto de ter sido candidato pela CDU, que me inibe ou retira o direito à minha liberdade de expressão. O PCP tem este problema, que tem de resolver de uma vez por todos, e aceitar e tratar bem aqueles que entraram ou colaboraram e que decidem deixar de colaborar. O PCP não é dono dos candidatos, das pessoas e dos votos, pelo que se alguns habituais candidatos da CDU, decidiram deixar de o ser, é uma opção que têm que aprender a respeitar. Faz o senhor um ataque à minha pessoa, que vindo da sua parte, muito admira, pois sempre pensei que havia sido o senhor, uma das pessoas que melhor reagiu à minha decisão. Bastou uma pequena, pequeníssima referência à CDU, para ficar completamente fora de si, e ir buscar assuntos tão antigos que não interessam, a meu ver, aos seus leitores, mas sobre tal assunto, não tenho qualquer objecção a responder.
O senhor ficou tão nervoso que leu coisas que não escrevi, leu nomeadamente, que o Governo legislou devido ao PS Marco e que a CDU não defende a Democracia.
Acalme-se um pouco, apenas disse que a CDU e o PSD não apoiaram a decisão do PS de requerer a inelegibilidade do candidato da CDU. Nada mais. Será que o facto de ter sido candidato pela CDU, e autarca eleito me inibe deste direito. Como diria o seu colega de blogue, estas suas referências caíram "fora de tempo".

3 comentários:

  1. 1. De novo e sempre, tenho que referir que o que escreve apenas a mim me vincula, não vinculando a estrutura partidária a que pertenço. Ou será que o que escreve o Dr. Rodrigo Lopes vincula sempre o partido que pertence?
    2. Quanto ao ódio recalcado a que se refere, apenas lhe digo que não me conhece o suficiente para se referir a mim em tais termos, pelo que é, no mínimo, deselegante tal afirmação. Mas nada que me espante ou preocupe.
    3. Quanto ao facto de eu não saber que foi perseguido porque foi candidato em 1993 pela CDU, está enganado, Sr. Dr.. Já em 1993 pertencia à concelhia do PCP, se consultar a lista que encabeçou verá que o meu nome também lá consta. Da mesma forma que consta em listas a que o Sr. Dr. pertenceu, como as 1997 e 2001. Recordo-lhe que em 2001 o Sr. Dr. foi candidato à Câmara e eu fui o seu mandatário. Recordo-lhe, pois parece que o Sr. Dr. já se esqueceu, que fomos os dois a denunciar a prepotência de Ferreira Torres (quando encharcou o Jardim municipal de campanha eleitoral) ou as mentiras que candidatos de um determinado partido diziam sobre a manutenção da candidatura da CDU. Recordo mais uma vez, os candidatos que nos queriam roubar em Várzea de Ovelha. O Sr. Dr. sabe ao que me refiro.
    4. Quanto aos resultados eleitorais terem sido melhores, foram o que foram em circunstâncias diferentes. Aliás, como sucedeu no partido do Sr. Dr..
    5. Quanto à ideia que tinha que eu teria sido uma das pessoas que melhor aceitou a sua decisão de aderir ao PS, está certo. Aliás, soube desta sua decisão através de um texto de Coutinho Ribeiro no blog Marco2005, já depois de, conjuntamente com o meu camarada Filipe Baldaia nos termos deslocado ao seu escritório para lhe dar a conhecer a decisão da concelhia de propôr os nomes para a Assembleia e Câmara em 2005. Na altura, recordo-me de o termos convidado a integrar as nossas listas, ao que nos disse que não, sem ter dito que já militava no PS. Lá saberá, o Sr. Dr., o porquê de não ter assumido a sua decisão.
    6. Quanto ao facto do PCP ser dono dos candidatos é a sua opinião, mas dir-lhe-ei que o tempo em que o Sr. Dr. andou “próximo” da CDU não permitiram conhecer nem o partido nem os militantes que consigo mais privaram. Qualquer opinião ou crítica sobre essa temática seria de endereçar obviamente à direcção do PCP, pois sou um militante de base com responsabilidades semelhantes às do Sr. Dr. no seu partido. Quanto à “propriedade” de candidatos, pessoas e votos, relembro a imposição (do nome do candidato à Câmara) que queriam fazer no passado recente no partido a que o Sr. Dr. pertence.
    7. Quanto às decisões da CDU de subscrever ou não as posições seu partido, e que tanto o apoquentou, digo-lhe Sr. Dr. Rodrigo Lopes, são decisões que são tomadas e assumidas pela estrutura partidária e que, mesmo podendo o Sr. Dr. comentar a todo o tempo, não é pelo facto de o partido a que o Sr. pertence ter determinada posição, que a CDU terá que ter a mesma. Imagine se tivesse o meu partido que apoiar a vontade do ainda líder distrital do seu partido de propôr o nome do ex-vice de Ferreira Torres para candidato à Câmara?
    8. Percebi que pretendeu dizer que apenas o PS é que esteve preocupado com a liberdade e a democracia no Marco. Mas, digo-lhe que não nem o meu nem o partido do Sr. Dr. são donos destes valores, nem cá nem em lado algum.
    9. Digo-lhe também que não serei eu que impedirei o Sr. Dr. de opiniar sobre o que quiser.
    10. Para terminar que agradeço, mas não aceito a sua preocupação com o que considerou ser nervosismo meu pela referência que fez à CDU, porque não me enervo com tanta facilidade, apenas achei deslocada a referência à CDU.

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  2. Quero aqui deixar uma correcção, pois quando refiro que a CDU e o PSD não apoiaram a decisão do PS de requerer a inelegibilidade do candidato da CDU, pretendo referiri-me,naturalmente, ao Sr. Avelino F . Torres. Fica a corecção.

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  3. Não perca tempo, Dr Rodrigo Lopes.Poupe as suas energias em questões mais importantes, pois a nossa terra precisa mesmo de uma volta de 180 graus.

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