terça-feira, 27 de abril de 2010

Resposta de Rui Cunha

Caro Jorge Valdoleiros,

Embora não o conhecendo pessoalmente dirijo-lhe estas palavras apenas em nome da ética política e porque facilmente pode referenciar-se sobre mim. E acreditando nas pessoas entendo dever, numa primeira falha sua, seguir esta comunicação cordial.

Diz, no seu post, que eu neguei as palavras que o Dr. João Valdoleiros atribuiu a Gil Mendes. Falso! Não o fiz porque, como lá disse, não conhecia o assunto e porque lhe telefonei naquela noite ele disse não se lembrar de tal situação. Foi apenas o que disse!
Diz, também, no seu post que eu disse que a promessa eleitoral se mantinha! Novamente falso! Nem referi tal situação. Apenas defendi o bom nome do meu companheiro de direcção de partido, Gil Mendes.
Se necessitar ajuda-lo-ei a ouvir as gravações. Vamos fazer política efectivamente diferente. Recorrer à falsidade é coisa que não acredito que faça intencionalmente.


Cumprimentos,
Rui Cunha

PS: Agradeço antes de mais a sua mensagem. Obviamente também prezo a ética política e se me diz que não negou as palavras atribuídas a Gil Mendes e que não conhecia o assunto não preciso de ouvir nenhumas gravações, basta-me a sua palavra, que respeito. Durante o debate pareceu-me que realmente tinha negado que as afirmações tinham sido realizadas por Gil Mendes, o que até era verdade, e daí a minha confusão. Se não disse nada sobre a "promessa eleitoral" de uma escola EB23 para Ariz, também acredito, e então fiz confusão com o discurso do Presidente da Câmara Manuel Moreira que (mas já começo a duvidar da minha memória) que terá confirmado inicialmente a promessa, até por esta estar na Carta Educativa, mas por fim confirmou também que não existiria capacidade financeira para realizar a obra na situação actual da autarquia. (obviamente as palavras não foram textualmente estas, mas julgo que o sentido foi este). Não sabendo nada deste assunto obviamente não saberia quem tinha sido autor das afirmações e dai não poderia ter evitado a continuação da polémica. Mas como compreenderá, mesmo não dando muita importância a essas "tricas" realizadas durante a campanha, é sempre bom que todos nós fiquemos bem esclarecidos com toda a verdade em nome da ética política e do Marco.

6 comentários:

  1. Bonito de se ver, quando dois senhores da politica se entendem no essencial e que só os enobrece e os coloca em posição de destaque perante a sociedade que os aprecia nos seus valores humanos e éticos, que estiveram subjacentes neste mal entendido. Bem agradável de se ver e prova-se que tendo ideias diferentes na acçaõ politica os mesmos comungam dos ideais republicanos do respeito mútuo e consideraçaõ que lhes são devidos por todos nós. Ao Eng. Rui Cunha e ao Jorge Valdoleiros os meus respeitos por este serviço prestado á DEMOCRACIA.
    Saudações

    José António

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  2. São ambos sociais-democratas também

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  3. Caro Anónimo
    Pelo que sei Jorge Valdoleiros não é social-democrata...
    José António

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  4. "Porque sai a meados dos anos oitenta do CDS é fácil de perceber, e se fosse informado, que muitos dos que saíram nessa altura passaram exactamente para a bancada do PS. O PS já tinha metido o socialismo na gaveta e era socialista democrático ou social democrata .
    E porque agora estou no PS. Sabe o que é a terceira via, é capaz de não saber. Mas eu digo. É uma corrente socialista que em relação aos socialistas democráticos tem a virtude de terem uma visão económica do mundo um pouco mais liberal"
    Isto são palavras de Jorge Valdoleiros, daqui tiro a conclusão de que JV está no PS por este ter metido o socialismo na gaveta e ser um partido social democrata.

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  5. "O socialismo democrático é a causa política em que se reconhece o PS, entendendo-o como herdeiro de tradições humanistas acumuladas na consciência universal ao longo dos séculos. Para o PS, o socialismo democrático, a social-democracia e o trabalhismo designam uma mesma grande área política, da esquerda democrática."

    Cito aqui um extracto da declaração de princípios do PS. Se forem a www.ps.pt poderão ler a declaração de princípios na integra.

    Não me ofendo se me etiquetarem como social-democrata, como não ofendo se me chamarem socialista democrático. Agora o que escrevi é exactamente o que penso.

    Não sei é se todos dentro do PSD se poderão afirmar ideologicamente como sociais democratas. Pois neo-liberal não sou. Se Rui Cunha for social democrata neste sentido então pode dizer à vontade que somos os dois sociais democratas. Mas se os socialistas portugueses, os trabalhistas ingleses, os democratas americanos, etc hoje estão todos mais ou menos alinhados pela 3ª via (com a qual me identifico), não vejo que o PSD, até pelo seu enquadramento extremamente conservador se possa considerar "social-democrata".

    Mas não passam tudo de falsas etiquetas se o produto não tiver a qualidade correspondente.

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  6. "um partido personalista, para o qual o início e o fim da política reside na pessoas humana" [posição muito parecida com a defendida nos anos 80 pelo CDS]
    "um partido de forte pendor nacional" [infelizmente nunca gostei de nacionalismos]
    "Um partido que, sendo social-democrata, valoriza o liberalismo político e a livre iniciativa caracterizadora de uma economia aberta de mercado" [Espero que não seja sinónimo de neo-liberalismo]

    São três citações dos Princípios Programáticos do PSD, podem ler a totalidade em http://www.psd.pt/?idc=105&idi=138

    Sendo assim PS e PSD estarão próximos ideologicamente, mas parece-me que o PSD pós Sá Carneiro "colocou a social democracia naquela gaveta bem no fundo do armário que está no sotão do partido".

    Os verdadeiros sociais democratas do PSD que não levem a mal estas figuras de estilo.

    Mas ainda podia acrescentar porque ninguém no PSD levou a mal que do CDS tivesse vindo um liberal como Lucas Pires, ou de partidos bem mais à esquerda Zita Seabra, Pacheco Pereira e não esquecendo Durão Barroso.

    Se estes podem mudar "bastante" porque eu e outros não podemos mudar ligeiramente?

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