Se dá para acreditar?Claro,sem qualquer hesitação. Então o meu amigo não conhece a máxima do filósofo popular,que diz "Em Portugal,só trabalha quem não sabe fazer mais nada". Junta-se a esta filosofia de vida,muito em voga entre os Portugueses,uma outra,que titulo de novo-riquismo. O marketing despudorado,o aliciamento e o facilitismo no crédito,a implementação de políticas sociais garantindo quase tudo(escolaridade gratuita,saúde tendencionalmente gratuita,pensões de reforma,sociais e de invalidez),entre outras razões,levaram uma percentagem significativa da sociedade à prática dum consumismo desenfreado e ao quase desaparecimento da saudável prática da poupança dos nossos pais e avós ou seja,a uma nova forma de vida,que designei atrás por novo-riquismo. Assim,considerando as "necessidades financeiras" para alimentar esta nova filosofia de vida e perante situações tentadoras,o dinheiro não fala,não me espanta que tal tenha sucedido.
Caro Miguel Fontes concordo com quase tudo o que o Sr. diz, no entanto, não posso de deixar dizer que não percebo em que é que escolaridade obrigatória, saúde tendencionalmente gratuita, pensões de reforma, sociais e de invalidez, contribuíram para esse novo-riquismo de que fala... não deveriam ser estes alguns dos mais elementares direitos numa democracia? não serão antes os mesmos (leia-se banca, políticos...) que deixaram que as pessoas chegassem a esse estado de endividamento? e, mesmo assim, pode-se compreender que alguém roube? atente contra os direitos dos outros? Estamos a falar, sim, de uma sociedade cada vez mais despida de valores... uma sociedade que, na ânsia de se afastar de tudo aquilo que "os velhos" ensinam, tudo permite ou "compreende"... Por isso, concordo com a necessidade de uma "nova" forma de vida: sim voltar a ter um quadro de valores tal com os nossos pais e os nossos avós.
Estamos totalmente de acordo,que os tais elementares direitos em Democracia(escolaridade gratuita,etc.)devam ser concedidos todos e para todos. Talvez por uma leitura apressada daquilo que escrevi,não lhe tenha permitido interpretar o sentido do meu arrazoado ou,por falha minha,eu não tenha sido suficientemente explícito. A massificação da escolaridade tem sido realizada com a aplicação de critérios muito discutíveis,ou melhor,praticamente sem critérios,que permitiriam retirar dessa massificação os resultados que se pretenderiam,isto é,dar aos nossos jovens uma educação cultural e,até formação profissional,que os prepare como cidadãos conscientes dos seus direitos,mas também dos seus deveres.Ora,verifica-se numa percentagem muito significativa,que os nossos jovens e até os seus progenitores,consideram que a sociedade tem a obrigação de tudo lhes dar e nada exigir(não exigir,por exemplo,um bom aproveitamento escolar). Ao nível da Saúde,poderiamos apontar inúmeras situações,em que só a quase gratuitidade da assistência médica e farmacológica,leva muitos milhares de cidadãos à prática duma vida descuidada(tabagismo,alcoolismo,desrespeito pelos ensinamentos médicos,et.etc..),certos que na doença,lá estará o SNS a garantir-lhes os cuidados necessários. Em relação às pensões de ...etc.,direi que contribuiram para o desaparecimento da tal prática da poupança.Não,que sejam dispensáveis,nem imerecidas.Apenas entendo que em muitos casos deveriam ser complementadas por outras formas de aforro e em outros tantos casos,não atribuidas com a ligeireza a que se assistiu durante tantos anos(refiro-me a muitos milhares de pensões a pseudo-inválidos). Para não me alongar mais,creio que o meu caro DDZ,assim já poderá relacionar estas questões com o novo-riquismo,melhor,com a mentalidade do novo-rico,que habitualmente desvaloriza o real valor do dinheiro e o desbarata rapidamente. Criou-se em quase todos nós aquela ideia que a garantia do futuro na velhice,na saúde,na escolaridade,eram somente coisas da responsabilidade da sociedade,que não nossa também. Sem que a Democracia tivesse tal intenção,gerou-se um clima de irresponsabilidade,diria quase transversal,na nossa sociedade.O Estado Social tudo garantia,concedia todos os direitos,logo se esqueciam os deveres,não havia que nos preocuparmos com o presente e muito menos acautelar o futuro.
Permita-me só mais uma pequena achega.O meu amigo questiona se não serão os bancos e os políticos,os responsáveis pelo endividamento de milhares e milhares de famílias portuguesas. Concordo e discordo de si. Os bancos aliciam sim,as pessoas,mas não as obrigam a aceitar cartões de crédito e,ou empréstimos,e estou a falar de créditos para consumo. Quanto aos políticos considero que o tempo da sua intervenção na nossa vida privada, felismente já passou. Muito do crédito mal parado,que a banca tem,resulta da sua ambição desbragada em levar os clientes ao aumento do consumo.Ora,estes terão que ter a tal mentalidade de novo-riquismo para cairem na esparrela,doutro modo não teria razão a máxima que diz "Tens mais olhos que barriga".
Meu caro Jorge Valdoleiros
ResponderEliminarSe dá para acreditar?Claro,sem qualquer hesitação.
Então o meu amigo não conhece a máxima do filósofo popular,que diz "Em Portugal,só trabalha quem não sabe fazer mais nada".
Junta-se a esta filosofia de vida,muito em voga entre os Portugueses,uma outra,que titulo de novo-riquismo.
O marketing despudorado,o aliciamento e o facilitismo no crédito,a implementação de políticas sociais garantindo quase tudo(escolaridade gratuita,saúde tendencionalmente gratuita,pensões de reforma,sociais e de invalidez),entre outras razões,levaram uma percentagem significativa da sociedade à prática dum consumismo desenfreado e ao quase desaparecimento da saudável prática da poupança dos nossos pais e avós ou seja,a uma nova forma de vida,que designei atrás por novo-riquismo.
Assim,considerando as "necessidades financeiras" para alimentar esta nova filosofia de vida e perante situações tentadoras,o dinheiro não fala,não me espanta que tal tenha sucedido.
Caro Miguel Fontes concordo com quase tudo o que o Sr. diz, no entanto, não posso de deixar dizer que não percebo em que é que escolaridade obrigatória, saúde tendencionalmente gratuita, pensões de reforma, sociais e de invalidez, contribuíram para esse novo-riquismo de que fala...
ResponderEliminarnão deveriam ser estes alguns dos mais elementares direitos numa democracia?
não serão antes os mesmos (leia-se banca, políticos...) que deixaram que as pessoas chegassem a esse estado de endividamento?
e, mesmo assim, pode-se compreender que alguém roube? atente contra os direitos dos outros?
Estamos a falar, sim, de uma sociedade cada vez mais despida de valores... uma sociedade que, na ânsia de se afastar de tudo aquilo que "os velhos" ensinam, tudo permite ou "compreende"...
Por isso, concordo com a necessidade de uma "nova" forma de vida: sim voltar a ter um quadro de valores tal com os nossos pais e os nossos avós.
Caro DDZ
ResponderEliminarEstamos totalmente de acordo,que os tais elementares direitos em Democracia(escolaridade gratuita,etc.)devam ser concedidos todos e para todos.
Talvez por uma leitura apressada daquilo que escrevi,não lhe tenha permitido interpretar o sentido do meu arrazoado ou,por falha minha,eu não tenha sido suficientemente explícito.
A massificação da escolaridade tem sido realizada com a aplicação de critérios muito discutíveis,ou melhor,praticamente sem critérios,que permitiriam retirar dessa massificação os resultados que se pretenderiam,isto é,dar aos nossos jovens uma educação cultural e,até formação profissional,que os prepare como cidadãos conscientes dos seus direitos,mas também dos seus deveres.Ora,verifica-se numa percentagem muito significativa,que os nossos jovens e até os seus progenitores,consideram que a sociedade tem a obrigação de tudo lhes dar e nada exigir(não exigir,por exemplo,um bom aproveitamento escolar).
Ao nível da Saúde,poderiamos apontar inúmeras situações,em que só a quase gratuitidade da assistência médica e farmacológica,leva muitos milhares de cidadãos à prática duma vida descuidada(tabagismo,alcoolismo,desrespeito pelos ensinamentos médicos,et.etc..),certos que na doença,lá estará o SNS a garantir-lhes os cuidados necessários.
Em relação às pensões de ...etc.,direi que contribuiram para o desaparecimento da tal prática da poupança.Não,que sejam dispensáveis,nem imerecidas.Apenas entendo que em muitos casos deveriam ser complementadas por outras formas de aforro e em outros tantos casos,não atribuidas com a ligeireza a que se assistiu durante tantos anos(refiro-me a muitos milhares de pensões a pseudo-inválidos).
Para não me alongar mais,creio que o meu caro DDZ,assim já poderá relacionar estas questões com o novo-riquismo,melhor,com a mentalidade do novo-rico,que habitualmente desvaloriza o real valor do dinheiro e o desbarata rapidamente.
Criou-se em quase todos nós aquela ideia que a garantia do futuro na velhice,na saúde,na escolaridade,eram somente coisas da responsabilidade da sociedade,que não nossa também.
Sem que a Democracia tivesse tal intenção,gerou-se um clima de irresponsabilidade,diria quase transversal,na nossa sociedade.O Estado Social tudo garantia,concedia todos os direitos,logo se esqueciam os deveres,não havia que nos preocuparmos com o presente e muito menos acautelar o futuro.
Caro DDZ
ResponderEliminarPermita-me só mais uma pequena achega.O meu amigo questiona se não serão os bancos e os políticos,os responsáveis pelo endividamento de milhares e milhares de famílias portuguesas.
Concordo e discordo de si.
Os bancos aliciam sim,as pessoas,mas não as obrigam a aceitar cartões de crédito e,ou empréstimos,e estou a falar de créditos para consumo.
Quanto aos políticos considero que o tempo da sua intervenção na nossa vida privada, felismente já passou.
Muito do crédito mal parado,que a banca tem,resulta da sua ambição desbragada em levar os clientes ao aumento do consumo.Ora,estes terão que ter a tal mentalidade de novo-riquismo para cairem na esparrela,doutro modo não teria razão a máxima que diz "Tens mais olhos que barriga".