sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Polémica ao gosto do português

Uma polémica bem ao gosto do português é o que se está a passa à volta do Advogado Duarte Lima, cidadão que é também militante de um partido político e que já ocupou vários cargos políticos no nosso país. Como se pode ler aqui ou aqui.

É degradante que para se vender jornais ou ganhar-se "share" nas audiências televisivas se traga para a praça pública, por tudo e por nada, casos que envolvam figuras públicas (principalmente políticos) sem que estas tenham sequer sido julgadas ou pelo menos sido constituídas como arguidas.

Na minha opinião este excesso de "liberdade de informação" acaba por atropelar direitos fundamentais que cada um de nós tem e tornar a realização da justiça um trabalho cada vez mais complicado.

Mas este é só mais um caso na sequência de outra "vítimas" como por exemplo José Sócrates, numa lista interminável de casos, Paulo Portas, no caso dos submarinos, Dias Loureiro, no seu envolvimento no caso BPN, o próprio actual PR Cavaco Silva na questão da compra e venda de acções relacionadas com este último caso, etc.

Assim também se aproveita e no meio de tanto "trigo" vai passando algum "joio".

Na minha opinião tudo isto tem a ver com a falta de preparação da maiorias dos portugueses em geral e dos jornalistas em particular para discutirem-se ideias em vez de "fait-divers".

5 comentários:

  1. uem não quer ser lobo não lhe vista a pele"

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  2. A questão é séria porque nós todos temos o direito a ser considerados inocentes até sermos condenados por um tribunal.

    Quando este julgamento passa na "praça pública" poderemos estar a condenar inocentes ou a ilibar culpados.

    Quando deixamos a populaça considerar que alguém é culpado (ou seja é o lobo) é "julgado" e como tal passa a ser tratado como culpado, estamos a por em causa a "justiça". Então para que são precisos tribunais. Fazemos uma votação e consideramos Duarte Lima, José Sócrates, Paulo Portas, Eu ou Sr.Anónimo "culpados". Dispensam-se juizes, advogados, legisladores, ministério público, procuradores, etc. E questiona-se a "populaça", ou melhor realizar-se um qualquer "Reality Show" onde por sms decidimos quem culpar.

    É essa a Democracia que deseja. Eu não. Apesar de no 25 de Abril ainda ser muito jovem apercebi-me bastantes das diferenças de viver num sistema cooperativista, de viver no famoso PREC e de viver numa Democracia consolidada.

    E por todos os defeitos que ela possa ter prefiro viver em Democracia, mas numa Democracia em que se respeite o indivíduo e os seus direitos.

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  3. A propósito quer ver no que dá esta ideia que os tribunais funcionam mal e é à "populaça" que compete realizar a justiça?

    O Município de Marco de Canaveses vai a Tribunal Arbrital e no processo contra a empresa Águas do Marco perde em alguns dos pontos em disputa e ganha noutros.

    Em vez de se aceitar esta decisão diz-se que se vai recorrer. Quando muito vão colocar um novo processo, porque não existe possibilidade de recurso desta decisão.

    Mas o que o político quer é colocar de novo o assunto na "praça pública" contando "a meia verdade" que lhe interessa para mobilizar a "populaça" para o seu lado.

    No fim, se perder (o que será o mais provável), vão dizer que o problema é do estado da Justiça. Na minha opinião o problema é como se respeita a Justiça.

    Engraçado é que, ao mesmo, já se diz que alguns preparam "contestação popular" ao próprio executivo. Na prática querem realizar o seu próprio "julgamento".

    Veja no que isto poderá dar por não termos o civismo necessário para perceber que a Justiça é um poder muito importante para a Democracia, que deve ser respeitado e diria mais acarinhado.

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  4. Será que estes distintos senhores a quem chamam vitimas de difamação, por serem figuras públicas e exercerem cargos politicos cujos salários são pagos por todos os contribuintes, não têm OBRIGAÇÃO MORAL e civica de esclarecer os cidadãos? Porque não vai Duarte Lima ao Brazil de uma vez por todas provar a sua inocência e voltar ao seu país de cabeça erguida e consciência tranquila????? Se calhar, o SR. não está assim tão inocente, não vos parece???? Como é que um homem que há poucos anos atráz teve todos os seus bens penhorados, hoje volta a ostentar riqueza??? Só vos pretendo avivar a memória!!

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  5. Claro que estes senhores tem que esclarecer os cidadãos e prestar contas se for o caso.

    Mas em Democracia isso é realizado pelo Ministério Público e pelos Tribunais. Aqui é que está a minha crítica. Estarmos a julgar as pessoas (sejam elas quem forem) na "Praça Publica" é que as torna "vítimas" e a partir dai podemos ou estar a fazer uma grande injustiça ou a evitar que a verdadeira justiça seja realizada.

    Os medias tem direito a prestar toda a informação, logo que não colida com outros direiros, mas não tem o direito de "julgar" as pessoas. Todas estas notícias, que opinam logo sobre o que se passou, não são para esclarecer as pessoas mas antes e para vender ou então são armas políticas usadas contra estas pessoas mas também contra a Democracia.

    Um aspecto importante que realçou foi os salários e outras benesses que ele recebem por terem ou terem tido cargos políticos. Até concordo consigo que essas "benesses" são exageradas, mas os portugueses votaram neles e tinham obrigação de saber que existiam essas benesses. É mais uma vez a Democracia a funcionar.

    Podemos criticar e bem a existência da benesse, e até avaliar o carácter de cada um desses políticos por aceitar algumas dessas benesses mas não podemos chamar-lhes, ou insinuar, que são "ladrões" pois estão a receber "benesses" legítimas.

    Se estivessemos à mesa, em minha casa, a tomar um café e num ambiente em que pudessemos falar abertamente até lhe podia contar algumas estórias sobre este ou aquele político que todos nós vamos ouvindo ou observando, mas não posso trazer essas coisas para a "Praça Pública". E para o Tribunal não tenho provas suficientes para incriminar quem quer que seja.

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