domingo, 15 de agosto de 2010

Viajar de automóvel em Portugal

No sábado regressei de 4 dias de férias no Algarve e, ao circular na auto-estrada em direcção ao Norte, cheguei a algumas conclusões:

A primeira é que de facto não devemos estar em crise, tantos eram os carros de alta cilindrada novos que circulavam num e noutro sentido na auto-estrada;

A segunda é que o preço do petróleo, e por consequência os preços da gasolina e do gasóleo, ainda estão bastantes baixos, pois tantos eram as viaturas que circulavam a alta velocidade na auto-estrada;

A terceira é que do Algarve até ao Norte, só vi um patrulha da GNR, pelo que deverão estar em férias;

A quarta é que os exames de código e condução ainda estarão demasiado fáceis, pois foram muitas as transgressões ao código a que assisti;

A quinta é que os condutores deste país acreditam totalmente na capacidade do INEM e do SNS, pois verifiquei a vontade com que estes desejam colocar as suas vidas e a dos seus familiares aos cuidados destes profissionais;

A sexta e última é que tenho muito mais medo de circular nas nossas auto-estradas com estes condutores, meus conterrâneos, do que viajar num avião de uma companhia de terceira categoria de um país qualquer do terceiro mundo no meio de uma tempestade tropical.

Mas pelo menos senti-me muito mais feliz quando cheguei, com os meus, são e salvo à minha casa (ao contrário do que se pode ler aqui).

Hoje não entro dentro de um automóvel, os meus nervos estão a recuperar da viagem.

7 comentários:

  1. É terrível circular nas estradas portuguesas há uma verdadeira falta de respeito pelo próximo, para não falar de uma falta de educação sem limites dos nossos automobilistas.
    Eu tenho muito medo de conduzir numa estrada em Portugal. As estradas em Portugal são verdadeiras pistas de corridas.
    Já Obélix dizia: "Estes romanos são loucos".

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  2. Caro Jorge
    Tudo o que afirmas no teu post tem fundamento, mas para mim o que é de mais importante tem a ver com o que se passa com a GNR quando este governo decidiu avançar com uma "pseudo" reestruturação daquele órgão policial ao acabar com uma Brigada de Trãnsito que até aí ia cumprindo a sua missão, apesar dos problemas que a mesma atravessou, mas que estavam a ser convenientemente regularizados com o processo, ou melhor dizendo, com a "limpeza" de alguns elementos que não dignificavam a farda que vestiam. Tudo isto trouxe alguns constrangimentos que o Ministério deveria explicar melhor às populações e não o fêz. Penso que ninguém na GNR concordou com tal mudança. Para mim não foi mais do que tentar acabar com uma força policial de matriz militar e transformá-la num futuro próximo, numa força civilista para colocação dos "boys" em lugar de destaque.
    Lembro que as forças policiais mais prestigiadas por essa Europa fora têm cariz militar e cito, como exemplos, a Guarda Civil de Espanha, a Gendarmerie de França, os Carabinieres de Ítália de entre outros. Mas o problema do trânsito em Portugal parece ser mais profundo e ainda mais preocupante, pois os niveis de Educação Cívica estão em claro declinio.
    Saudações Democráticas

    José António

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  3. Meus caros companheiros de forum,Jorge Valdoleiros,José António,também o benvindo Sérgio,estou de acordo na maioria dos argumentos,mas para mim,o mau comportamento do automobilista português,resulta do simples facto de não ter nunca recebido aulas de educação cívica.E passo a concretizar a minha opinião.
    Os sinais de trânsito são idênticos aqui e, por exemplo,na Noruega.Ora quando o automobilista português vê,em Portugal,o sinal de limite de velocidade de 120 Km/hora e por habitual,não o respeita,como interpretar que o mesmo automobilista português,passe a circular na Noruega,respeitando estritamente o limite de velocidade desse país?
    Já tive a oportunidade de pessoalmente constatar tais situações,quer na Noruega,quer na Suiça e não só.
    Parece-lhes ou não ser um problema de civilidade?

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  4. Caro José António

    Claro que não estava a realizar uma crítica aos operacionais das forças operacionais. A minha crítica vai inteiramente para as hierarquias.

    Errar, nas opções tomadas, pode acontecer a todos. Importante era que os responsáveis tivesse coragem de corrigir esses erros.

    De qualquer modo, obrigada pela explicação que para um leigo como eu foi extremamente útil.

    Sobre a Educação Cívica, concordo totalmente. Não basta investir-se na formação mais técnica, é muito importante que existisse uma preocupação é formar cidadãos com responsabilidade cívica.

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  5. Caro Miguel

    Claro que é um problema de civilidade. Quando existe um sinal a dizer que é proibido circular a mais de 120 km/h o "português" típico considera que isso é para os outros.

    Ele é um ás do volante.

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  6. Caros amigos. Partilho de tudo o que vocês dizem. Mas acrescento aqui algumas ideias.
    Jorge, vieste do Algarve sempre a 120Kms/h? Se disseres que sim, não acredito.
    Contudo, os limites de velocidade deveriam estar adaptados às viaturas com que circulamos.
    Dou-vos um exemplo. No passado mês estive em Munique (Alemanha) numa formação da AUDI. Circulei em auto-estradas que não tem limite de velocidade e digo-vos que ao nivel da segurança, não eram melhores que as nossas estradas. Será que os Alemães são mais civilizados que os Portugueses?
    Mas o nosso problema começa logo na formação. Qual é a escola de condução que ensina a mudar um pneu, ou promove o bom senso ao serviço da condução, ou ainda porque razão só os condutores de transportes públicos são obrigados a fazer exames psicológicos para obter a licença de conduzir estes veículos?
    Secalhar, metade da população não estaria habilitada a conduzir. Enfim...

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  7. Não vim sempre a 120 km/h, mas a maior parte do tempo sim. Algumas vezes nem a 120 km/h vim, outras para poder ultrapassar alguma viatura em segurança ultrapassei essa velocidade. Acredito que uma vez ou outra possa inadevertidamente ultrapassado também o limite.

    Agora o que se passa é que eu gostaria de poder utilizar o "cruise control" e manter-me a uma velocidade constante e dentro da lei. E sem necessidade até de realizar ultrapassagens desnecessárias, mas só consegui realizar isso num país. Nos Estados Unidos, onde até se cumpre mais ou menos os limites de velocidade, é usual circular-se centenas de milhas sem ultrapassar nenhuma viatura e a velocidades constantes.

    Agora na Alemanha, pela minha experiência, eles cumprem rigorosamente os limites de velocidade. Por exemplo nas Auto-Estradas também existem limites emalguns troços e aí não existe viatura que passe o limite de velocidade. Depois outras regras como a distância entre viaturas é cumprida escrupulosamente.

    Sobre a formação, considero que tens toda a razão. Uma boa prática que eu defendo era que pelos menos para se tirar a carta de condução fosse obrigado o 12º ano e por exemplo exames clínicos sérios e não um mero atestado que qualquer médico menos profissional passa. E discordo na metade da população, penso que nem um terço teriam capacidade para obter a carta de condução.

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