Depois de uma campanha eleitoral animada, a grande vantagem de qualquer eleição democrática é a do Povo sair, finalmente, da sala de estar dos políticos. É uma sensação de alívio que alguns eleitos descrevem como semelhante ao momento em que uma dor intensa, por qualquer razão obscura, termina.
Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos – quer tenham perdido, quer tenham ganho – é a de que o Povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse Povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.
Excerto extraído do “O Senhor Kraus” de Gonçalo M. Tavares
Enviado para nossa reflexão por um leitor anónimo
Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos – quer tenham perdido, quer tenham ganho – é a de que o Povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse Povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.
Esse intervalo temporal é indispensável para que o político tenha tempo para transformar, delicadamente, o ódio ou a indiferença em nova paixão genuína.
Excerto extraído do “O Senhor Kraus” de Gonçalo M. Tavares
Enviado para nossa reflexão por um leitor anónimo
Caro Jorge Valdoleiros,
ResponderEliminarO “Carnaval no Brasil”, na minha opinião, deve parte do seu sucesso à execução de um plano de trabalho concebido atempadamente. Tanto quanto sei, a preparação do próximo evento começa no momento em que acaba o desfile.
Tivessem os nossos responsáveis políticos, a qualquer nível, postura similar, e não seria necessário que esses mesmos responsáveis, dias antes do acto eleitoral, apelassem, dramatizando, à participação dos eleitores. Ora, os leitores já interiorizaram que só são lembrados e conhecidos umas semanas antes das eleições, para voltarem a ser esquecidos umas horas depois.
Assim, contrariamente ao “Carnaval”, as eleições são cada vez menos mobilizadoras, lamentavelmente,como refletem os números da abstenção.
Não fui o responsável do post, mas concordo com o seu teor em parte e com a observação de António Ferreira totalmente.
ResponderEliminarNa questão do post ainda sou daqueles que existem alguns eleitos que não se esquecem de quem os elegeu.
Sobre o Carnaval, vou mais longe, deve "todo" o seu sucesso à execução de um plano de trabalho concebido atempadamente. E para que não sabe a Escola de Samba que venceu este ano o Carnaval no Rio é liderada por um português. Para variar lá fora mostramos o nosso valor aos outros e cá somos tão pouco valorizados.
Totalmente de acordo com a reflexão de António Ferreira,sobre a essência do post colocado pelo Jorge Valdoleiros.
ResponderEliminarVerdadeiramente o autor,Gonçalo M.Tavares,faz uma correcta análise da postura pós-eleitoral, da larga maioria dos nossos políticos.
É óbvio que há honrosas excepções,mas que, pelo que depreendo com o passar do tempo,é espécie condenada à extinção.Chamo-lhes os "Poetas da Política".
Geralmente são cidadãos sem tiques partidários,íntrinsecamente comprometidos com a Democracia,defensores da Liberdade,da Fraternidade,da Igualdade Social,que estão na política de mãos limpas,não ambicionando mais do que lutar pela concretização dos seus ideiais.