Quando os arquitectos de nossa III República escreveram as magníficas palavras da Constituição Portuguesa, estavam assinando uma nota promissória de que todo o Português seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens de esquerda assim como homens de direita, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.
Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência verbal. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força do insulto com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade de esquerda não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas de direita. Isto porque muitos de nosssos irmãos de direita, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.
Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho Lusitano.
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".
Eu tenho um sonho de que, um dia, na alva Serra do Marão, os filhos de antigos homens de esquerda e os filhos de antigos senhores de direita poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o concelho de Marco de Canaveses, um concelho sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que meus cinco filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela sua cor política e sim pelo conteúdo de seu caráter.
Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada concelho e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens de esquerda e homens de direita, socialistas e democratas cristãos, comunistas e sociais democratas, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras de um antigo cântico: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.
Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência verbal. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força do insulto com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade de esquerda não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas de direita. Isto porque muitos de nosssos irmãos de direita, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.
Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho Lusitano.
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".
Eu tenho um sonho de que, um dia, na alva Serra do Marão, os filhos de antigos homens de esquerda e os filhos de antigos senhores de direita poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o concelho de Marco de Canaveses, um concelho sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que meus cinco filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela sua cor política e sim pelo conteúdo de seu caráter.
Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada concelho e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens de esquerda e homens de direita, socialistas e democratas cristãos, comunistas e sociais democratas, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras de um antigo cântico: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.
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