quinta-feira, 11 de março de 2010

Marcoenses Menores de Quinze Anos

Estava a ler um dos comentários deste post de António Ferreira em que o próprio escrevia que “Afinal a ESCOLA só existe enquanto tiver ALUNOS, não é?” e lembrei-me de ir ver no site da ANMP qual o número actual Marcoenses residentes no concelho e em particular dos menores de quinze anos.

O que encontrei foi preocupante.

De 1993 para 2005, e ainda que a população residente tenha crescido de 48.139 para 53.961, correspondente a 12%, os menores de quinze anos cairam de 15.426 para 10.951, correspondente a uma diminuição drástica de 29%.

Muitas leituras se podem fazer destes números, mas de certeza que nenhuma delas poderá ser positiva.

5 comentários:

  1. Sabe como é alguns dizem-se "Marcoense como nós", mas não o são, porque se gostassem mesmo do Marco, não tinham ido para outras paragens. Eu nasci, cresci, constitui familia e vivo no Marco e também vou todos os dias para o Porto trabalhar, mas gosto de ao final do dia de trabalho, estar na minha terra Natal. Se calhar faltam os filhos de alguns dos autores deste blogue para aumentar um bocadinho os numeros.

    Saudações Democráticas

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  2. O nosso amigo Jorge Valdoleiros,diz que se poderão fazer as mais diversas leituras destes números,refiro-me,obviamente,à drástica diminuição de 29%!!!,na faixa etária dos menores de 15 anos.
    Dado que os últimos dados são de 2005,não se poderá culpar a "Crise económico-financeira" mundial e nacional,por este resultado,em qualquer das suas vertentes,como por exemplo,o desemprego.
    Embora,hajam diversas leituras do problema,penso que o egoismo pessoal,a ambição de gozar toda a espécie de bens materiais(necessidade de emprego dos dois membros do casal para comparticiparem para as despesas comuns),a destruturação fácil das famílias (divórcio rápido)adiou e até anulou,em muitos,o apelo à formação de família.
    Esta é uma leitura possível.

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  3. Na minha opinião a autarquia, qualquer autarquia, deve investir seriamente na educação. Não chega anunciar obra. Hoje, não é aceitável uma escola que não forneça alimentação a todos os alunos, quando já está a ser implementado o programa fruta na escola. Não é compreensível que duas turmas partilhem a mesma sala, quando se pretende proporcionar AEC e implementar os prolongamentos escolares. Não é admissivel que apesar da lei, em determinadas condições,garantir transporte às crianças, as mesmas sejam obrigadas a deslocar-se em meios de transportes “ao monte” e com horários que não servem os seus interesses. Se as crianças têm aulas às oito e meia, não devem ser obrigadas a estar na escola às sete e meia e, eventualmente, algumas depois de percorrerem alguns quilómetros a pé até à paragem do autocarro. Sem estas condições mínimas, apostar no sucesso educativo é o mesmo que sonhar com o euromilhões e não registar o boletim.
    Acrescento ainda, uma Escola de qualidade é um factor a considerar pelos novos casais quando ponderam a escolha do seu local de residência, logo qualquer investimento feito tem retorno assegurado.

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  4. Permitam-me dar outro rumo à conversa. Os 29% devem-se na sua grande parte à reduzida natalidade na nossa terra. Como me parece claro, o aumento do grau de instrução das pessoas, os requisitos que os casais tem para que esse momento (natalidade) se proporcione acontece agora muito mais tarde do que no tempo dos meus pais.
    A falta de medidas de proteccionismo à natalidade por parte do governo e das autarquias são factores preponderantes nesta matéria.
    Naturalmente que estes 29% não devem ser surpresa para ninguém.

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  5. Por ser dos tais emigrantes que são de corpo e alma Marcoenses não quero deixar de responder ao comentário do nosso amigo Anónimo, mas vou desde já prometer um(ns) post(s) mais aprofundado(s) sobre o assunto.
    Obviamente que o amigo Anónimo acertou em cheio num dos motivos do envelhecimento dos residentes do Marco. Emigração.
    Mas quando diz que “alguns dizem-se "Marcoense como nós", mas não o são, porque se gostassem mesmo do Marco, não tinham ido para outras paragens” deve estar a esquecer dos milhões de emigrantes portugueses (e não falo só daqueles que emigram para fora do país) que são obrigados a procurar novas paragens para encontrar o seu ganha pão.
    Quando diz que “Eu nasci, cresci, constitui familia e vivo no Marco e também vou todos os dias para o Porto trabalhar, mas gosto de ao final do dia de trabalho, estar na minha terra Natal. “ Eu por exemplo não nasci no Marco, porque o meu pai estudava na altura no Porto e a minha Mãe trabalhava em Leça do Balio. Cresci no Marco, mas tanbém em Moçambique, o meu pai foi para lá em Serviço Militar Obrigatório. Cresci em Paredes, Esposende e S.Mamede de Infesta entre outros locais porque foi para onde a minha mãe foi destacada como Professora. E vivi em Lisboa, e apesar de tudo grande parte em Matosinhos, porque o meu trabalho passa por estar em Lisboa, Madrid, Londres, Figueira da Foz, Aveiro, Viana do Castelo, etc. Ou seja onde existem Clientes. Não tenho um trabalho das 9 às 5 e os meus 5 filhos sofrem e sofrerão ainda muito com isso. Claro que também não poderia deixar os meus filhos sózinhos no Marco e vir com a minha mulher trabalhar para o Porto. É porque quando se tem filhos ganham-se responsabilidades.
    Quando diz que “Se calhar faltam os filhos de alguns dos autores deste blogue para aumentar um bocadinho os numeros.” Tem razão, mas também não tem. Porque para as estatísticas dos residentes eu também não conto. Pois não sei quantos filhos tem (ou se tem) mas eu tenho cinco e se pudesse morar na terra de que gosto melhorava em muito essa estatística.

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