Corrupção é um assunto de que se fala muito, mas de que realmente ninguém quer falar. João Cravinho veio de Londres para dizer aqui que "a corrupção política está à solta", como se isso fosse uma grande novidade. Fez algumas "sugestões avulsas". Disse e bem que se devia "despartidarizar a administração pública e escolher dirigentes públicos pelo mérito e competência", nada que nós não soubéssemos. Falou de "manifestações de redes de tráfico de influência que desviam a administração dos seus objectivos últimos", nada que nós já não tenhamos sentido na pele. Classificou o actual estado das leis como um "problema de vontade política", o que muitos de nós já sabia e que facilmente poderia ser ultrapassado.
Mas não seria melhor para o país ter ficado cá em vez de ir para o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento?
A realidade é que existem a pequena corrupção, os pequenos favores, as cunhas, os pedidos, a utilização abusiva de apoios estatais ou de subsídios, o desprezo pelos bens públicos, as fugas aos impostos...
Tudo isto leva a que se instale um ambiente propício ao sucesso financeiro de muitos pequenos corruptos. Cria-se a noção de que quem rouba mas faz obra até é uma boa escolha. Defendemos os grandes corruptos porque são da nossa cor. E como corolário de tudo isto chegamos ao estado descrito por João Cravinho e outros.
Todos os dias acontecem denúncias de corrupção, como esta ou esta, que demoram anos a ser tratadas judicialmente. A maior parte das vezes o "acusado" acaba por ser "ilibado publicamente" por causa de um erro processual, ou porque um meio de prova não é válido na justiça, ou simplesmente porque o prazo para a realização do processo foi ultrapassado.
Está na nossa mão lutarmos para que isto tudo seja diferente, basta não irmos para "Londres" e ficarmos aqui a lutar para que Portugal se transforme num Estado de Direito.
Mas não seria melhor para o país ter ficado cá em vez de ir para o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento?
A realidade é que existem a pequena corrupção, os pequenos favores, as cunhas, os pedidos, a utilização abusiva de apoios estatais ou de subsídios, o desprezo pelos bens públicos, as fugas aos impostos...
Tudo isto leva a que se instale um ambiente propício ao sucesso financeiro de muitos pequenos corruptos. Cria-se a noção de que quem rouba mas faz obra até é uma boa escolha. Defendemos os grandes corruptos porque são da nossa cor. E como corolário de tudo isto chegamos ao estado descrito por João Cravinho e outros.
Todos os dias acontecem denúncias de corrupção, como esta ou esta, que demoram anos a ser tratadas judicialmente. A maior parte das vezes o "acusado" acaba por ser "ilibado publicamente" por causa de um erro processual, ou porque um meio de prova não é válido na justiça, ou simplesmente porque o prazo para a realização do processo foi ultrapassado.
Está na nossa mão lutarmos para que isto tudo seja diferente, basta não irmos para "Londres" e ficarmos aqui a lutar para que Portugal se transforme num Estado de Direito.
Corrupção,meu caro Jorge Valdoleiros,é fenómeno contra o qual não há interesse em combater.
ResponderEliminarComo sabe,recentemente a Comissão de Prevenção da Corrupção e Infracções Conexas,determinou que todas as organizações que recebessem e manipulassem dinheiros e valores públicos,deveriam criar um plano-tipo de prevenção e combate à corrupção.
Como sabe,algumas das maiores instituições estatais,ainda muito recentemente não tinham apresentado os seus planos-tipo.
A nossa autarquia apresentou atempadamente o seu plano-tipo,que sei ter sido discutido ligeiramente na Assembleia Municipal,dado o facto de esta assembleia ter apenas o direito a tomar conhecimento e não a discutir a sua formatação e elaboração.
Depois,como se depreende,pouca gente se sente motivada a discutir estas questões que de tão generalizadas já são aceites como fazendo parte do dia a dia,da maioria de todos nós.
Há para aí tantos telhados de vidro.Já viu o que pode acontecer,se alguém acaba por atirar a primeira pedra.
A melhor atitude foi aquela que se viu na Assembleia por parte da maioria dos deputados.Mudos e quedos,não vá o Diabo tecê-las.
O problema é que o "sistema" já criou um conjunto de estruturas paralelas que não sendo estatais (ou totalmente estatais) não são obrigadas claramente às mesmas regras do Estado ainda que manipulem dinheiros públicos.
ResponderEliminarE mais não digo.
Para já.