terça-feira, 26 de julho de 2011

Como o Mercado funciona

O Estado tem a despesa mais elevada que a receita (défice público) e precisa de equilibrar as contas. O Estado decide que a maneira mais rápida e eficiente é recorrendo ao aumento da receita (leia-se aumento dos impostos directos, como o IRS, ou dos impostos indirectos, como o IVA). Para se acelerar este processo  o Estado cria um imposto extraordinário.

Ironicamente denomina-se a esta atitude como uma política de austeridade (na minha humilde opinião deveriam chamar-lhe uma política de aperto do cinto ao contribuinte fiscal).

Como o Mercado funciona, os contribuintes individualmente tomam decisões e cortam nas suas despesas, nomeadamente aqueles que tinham os seus filhos em colégios privados decidem optar por os inscrever em escolas públicas, por não terem dinheiro para pagar a mensalidade.

A falta de vagas obrigará o Estado a responder a esta procura, o que provocará um aumento das despesas na educação.

Provavelmente os nossos decisores políticos recorrerão a novo aumento da receita para voltar a equilibrar as contas públicas (leia-se novos aumentos dos impostos).

Como o Mercado continuará a funcionar, os contribuintes individualmente tomarão decisões e cortarão nas suas despesas. Possivelmente trocarão outros serviços privados pelos públicos, como por exemplo os da saúde.

Provavelmente …

Interessante é que uma decisão de reduzir o Estado mal implementada poderá provocar um crescimento do Estado!

4 comentários:

  1. Li recentemente em alguma imprensa escrita,que a fortuna dos muito ricos em Portugal,como Belmiro de Azevedo,Amorim e outros,aumentou em média cerca de 14 a 15%.
    Como o aumento das suas fortunas,convenhamos,comparativamente a anos anteriores,é escasso e,acresce,que os "pobres" ricos têm tido perdas substanciais com esta crise"socrática",PPC preocupado com os seus amigos aconselhou o seu Ministro das Finanças,sempre atento e preocupado colaborador,em sacar aos bem pagos trabalhadores e pensionistas de chorudas pensões,o tal extraordinário imposto,mas com a ordem explícita de poupar aqueles infelizes cidadãos.
    Sim,não me enganei,não é um imposto extraordinário,é mesmo um extraordinário imposto,sem vergonha,que nem sequer belisca os tais "pobres ricos" Amorins e Belmiros.
    Gostaram do "imposto da vergonha"?Não?Eu também não,mas esperem pelo que se segue.
    Falavam em precariedade de emprego com Sócrates?Vem já aí o tratamento de choque,para esse mal e mais uns tantos.
    Quem já se pronunciou e demonstrou o seu contentamento por este tratamento de choque foram as associações patronais,que "juraram" ir aplicar as poupanças determinadas pelo abaixamento da TSU na criação de mais postos de trabalho.
    Quase dei uma boa gargalhada com esta "promessa patronal",areolada pela sua manifesta euforia perante as previstas e funestas alterações às leis laborais.
    Como costumo dizer,se não fosse definitivamente ridícula e atentória da inteligência das classes trabalhadoras,talvez aquela "promessa patronal" merecesse pelo menos a complacência, que se atribui aos desvarios dos "pobres de espírito",ou não fossemos efectivamente um Povo de fortes convicções religiosas.
    Assim sendo,como bom cristão,só me resta perdoar-lhes e resignar-me à triste condição de expoliado do meu suor de muitos anos.

    Miguel Fontes

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  2. Estou de acordo com este comentário e sinceramente acho que o povo só tem aquilo que merece, com algumas exceções como é óbvio. Embora o caso não seja para rir, a verdade é que alguns amigos meus que tão mal diziam do anterior Governo, para disfarçar perguntam tímidamente com um sorrizo amarelo: O imposto extraordinário não estava já decretado pelo Sócrates?...
    Bom, vou ficar por aqui porque ao falar nestes temas a minha indignação é grande e sinceramente, embora respeitando as opiniões contrárias, acho que um dia isto vai acabar mal ou seja o povo irá acordar e revoltar-se contra este estado de coisas...
    António Sousa

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  3. Bom, o povo votou.Se em casa do senhor Engº.Belmiro o PSD houve 6 votos, não chegavam para cobrir as centenas de votantes seus colaboradores.Daí, deixem-nos gemer, pois é isso que todos aqueles que não de sentam à mesa dos Bemiros,Amorins e outros, merecem.

    OBS

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  4. Pois é bem certo,caro anónimo das 12:53,que são poucos os "eleitos" e demasiados os "rejeitados".
    Como disse e bem,os lugares à mesa dos Belmiros e Amorins estão ocupados pelos privilegiados do sistema.
    Nem foi por acaso,que Belmiro teve o despudor de apoiar explicitamente,na passada campanha eleitoral,o seu correlegionário ideológico,PPC.
    Dignos sucessores de Tenreiros e companhia,eles entendem-se bem,falam a mesma linguagem,desejam as mesmas "regras" para "domesticarem" as classes trabalhadoras e melhor os explorarem,aplaudiram o derrube de Sócrates e do socialismo em Portugal pelas agências de rating(acompanhando tal,com fingida preocupação pela crise económico-financeira de Portugal).
    Choraram "lágrimas de crocodilo",no ombro um do outro,numa farsa completa para melhor iludir a populaça.
    Agora realizado o "golpe",preparam o terreno para voos mais altos,a eliminação pura e simples das referências socialistas,que a nossa Constituição contém.Um importante e primordial passo para uma nova ditadura.Salazar também usou muitas das actuais "justificações" para amordaçar e controlar o Povo.
    Será preciso que o novo líder do P.S.,António José Seguro,não se deixe enlear pelos cânticos daquelas "sereias" e demonstre,que a sua eleição para secretário-geral do Partido Socialista não foi mais um tiro no pé,como aconteceu a tantos que votaram PSD/CDS,convencidos pelas promessas de PPC,em não usar a costumada "receita" para equilibrar as contas do Estado,ir ao bolso dos que trabalham (ou já trabalharam)e garantidamente se oponha às alterações,que esta geração de novos políticos,ainda imaturos e inexperientes,mas ávidos de poder e cheios de ambição,convictos da sua sabedoria,pretendem implementar e com tal,possam precipitar o País numa série de convulsões sociais,com as mais gravosas consequências.

    Miguel Fontes

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