Ex-chefes de Estado e de Governo, incluindo Jorge Sampaio, defendem “new deal” europeu, pode-se ler aqui.
Mas afinal do que estão a falar estes políticos?
O New Deal foi o nome dado à série de programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo do Presidente Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, e assistir aos prejudicados pela Grande Depressão.
Esses programas consistiram, entre outras medidas, em:
- investimento maciço em obras públicas, o governo investiu na construção de barragens hidroeléctricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos;
- diminuição da jornada de trabalho, com o objectivo de abrir novos postos. Além disso, fixou-se o salário mínimo, criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-velhice (para os maiores de 65 anos).
Embora não fosse propriamente um projecto coerente de reformas políticas, económicas e sociais, as políticas implementadas por Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande Depressão lançaram as bases do estado keynesiano e do poder sindical nos Estados Unidos.
Essas políticas económicas, até então inusitadas, foram adoptadas quase simultaneamente por Franklin D. Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht na Alemanha e foram - cerca três anos mais tarde - racionalizadas por Keynes em sua obra clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda.
Hjalmar Schacht foi Ministro da Economia do III Reich (1934-1937), tendo conseguido nessa sua gestão acabar com o desemprego na Alemanha sem provocar inflação
Sobre a crise dos anos 30 que só foi resolvida pela adopção destas medidas, sugiro a leitura de um excelente livro de Selwin Parker, intitulado “O Crash de 1929 – Lições que ficaram da grande depressão”. Infelizmente muitos dos políticos europeus, nomeadamente os portugueses, não devem ter apreendido muito com o Crash de 1929.
Eu já tive oportunidade de ler essa obra literária de Selwin Parker - "O crash de 1929 - Lições que ficaram da grande depressão".
ResponderEliminarTenho a certeza,sem medo de me enganar,que no Marco,tanto quanto se pode perceber,tal obra nunca foi livro de cabeceira dos responsáveis políticos concelhios.
Foi-lhes sempre bem mais fácil e menos cansativo para os seus intelectos,argumentar que a culpa da crise era,obviamente,do Sócrates,para além de assim garantirem dividendos eleitorais,junto duma população onde grassa ainda o analfabetismo puro e o pseudo-analfabetismo,agora rotulado de iliteracia.
Cá no burgo,é mais fácil ser "doutorado" em retórica barata,que saber ler um simples balancete,ou interpretar um orçamento caseiro,assim a modos,como o municipal.
Tomar conhecimento histórico,interiorizar e interpretar as causas e os efeitos da crise de 1929,é "trabalho de casa" para mentes transparentes e honestas,capazes de terem a SUA independência intelectual e a sua consciência liberta de quaisquer espécie de jugos partidários.
Miguel Fontes