Fui um dos muitos presentes, na sexta-feira à noite, na conferência "Os Jovens e a Política". À chegada, a estranheza por só estarem presentes duas Jotas (JS e JSD). Da última vez em que vi um representante da JP num evento deste tipo fiquei com a ideia que aqui não iria durar muito, já a JCP parecia viva ultimamente, não estar lá ninguém causou-me estranheza, se é que no Marco algo ainda causa estranheza...
Estavam lá Luís Pinto e Bruno Caetano e deu para ver as grandes diferenças entre as duas Jotas. Os representantes da JSD falam muito e bem, levam discurso preparado, mesmo os do público (!), num dos casos escrito no telemóvel (!), comportam-se como membros de um exército, cada um com a sua estratégia, o seu papel. Cada um levantou um tema destinado a atacar o PS e o anterior governo (!). Parecem estudar todos da mesma cartilha, não têm voz própria, são organizados, falam redondinho, tipo cassete. Pena que ao fim de 5 minutos a ouvi-los, e isto é transversal, do líder ao soldado, não se extraia qualquer sumo daquilo que disseram, falam muito de ideias, mas não se ouviu uma. No mínimo estranho e a raiar o surreal, quando um deles falou em "pique-nique da amizade" ou o que o valha...
Os da JS falam pouco, curto, às vezes de forma confusa e desorganizada. Nota-se que o Bruno não é filósofo, vai directo às ideias, não está ali para vender a banha da cobra nem para pregar. Claramente não é formado em nenhuma "universidade de verão" nem usa cassete. Nota-se a sua formação em engenharia no pragmatismo. Os seus colegas são desgarrados e cada um pensa pela própria cabeça, o que é claramente uma desvantagem face à "barragem" social-democrata de ideias feitas e discursos alinhados.
Os meninos da JSD lembraram-me porque é que nunca fiz parte de uma coisas destas...
Estavam lá Luís Pinto e Bruno Caetano e deu para ver as grandes diferenças entre as duas Jotas. Os representantes da JSD falam muito e bem, levam discurso preparado, mesmo os do público (!), num dos casos escrito no telemóvel (!), comportam-se como membros de um exército, cada um com a sua estratégia, o seu papel. Cada um levantou um tema destinado a atacar o PS e o anterior governo (!). Parecem estudar todos da mesma cartilha, não têm voz própria, são organizados, falam redondinho, tipo cassete. Pena que ao fim de 5 minutos a ouvi-los, e isto é transversal, do líder ao soldado, não se extraia qualquer sumo daquilo que disseram, falam muito de ideias, mas não se ouviu uma. No mínimo estranho e a raiar o surreal, quando um deles falou em "pique-nique da amizade" ou o que o valha...
Os da JS falam pouco, curto, às vezes de forma confusa e desorganizada. Nota-se que o Bruno não é filósofo, vai directo às ideias, não está ali para vender a banha da cobra nem para pregar. Claramente não é formado em nenhuma "universidade de verão" nem usa cassete. Nota-se a sua formação em engenharia no pragmatismo. Os seus colegas são desgarrados e cada um pensa pela própria cabeça, o que é claramente uma desvantagem face à "barragem" social-democrata de ideias feitas e discursos alinhados.
Os meninos da JSD lembraram-me porque é que nunca fiz parte de uma coisas destas...
Com a JSD é tudo trabalhado ao pormenor.Aliás a assembleia de jovens, não é mais do que "escola" alaranjada.. e aqueles jovens, cheios de vida, e promissores, começam cedo a ser formatados!!!E nem dão por isso... tão novos e já instrumentalizados.
ResponderEliminarA maquina esta montada desde a assembleia de jovens, passando pela conferencia de jovens e terminando na assembleia municipal, já assisti a algumas assembleias municipais e é um regalo velos a usar da palavra com discursos escritos pela hierarquia, mas o que mais me espanta é que parece que no marco não há crise, só se fala das dividas do passado, tudo o que este executivo faz esta tudo vem, assim dizem os membros da assembleia PSD, em seis anos de executivo ainda não vi uma critica da bancada do PSD ao seu Presidente, portanto não há desculpas pela má governação deste executivo que passa a vida a falar que não tem dinheiro, mas não tem que se desculpar por isso porque as promessas eleitorais não foi o Sócrates que as veio aqui fazer, e já sabiam das dividas existentes, portanto caros laranjas de conversa já estamos cheios mais trabalho e menos festas
ResponderEliminarÉ pena que a única preocupação de alguma juventude que se aproxima dos partidos é de ser politicamente correcta e bem "formatada".
ResponderEliminarComo pai não me agrada sempre a contestação e o choque intergeracional que normalmente existe nas relações com os mais jovens. Mas, também como pai, ficaria muito mais preocupado se os meus filhos se tornassem nesses pseudo-jovens de dicurso preparado para defender os políticos da geração mais velha.
Claro que não sou inocente e sei que esses jovens procuram desse modo um lugar como "boys". E, preferencialmente, atingir esse objectivo com PASSOS determinados para chegar bem longe. E o problema é que demasiados até chegam.
Se alguém tiver dúvidas recuem vinte ou trinta anos e procurem os "boys" da época, e depois regressem ao presente e verifique se esse mesmos "boys" não ocupam hoje os tais lugares de destaque. E dizem que são novidade na política portuguesa!
Pessoalmente prefiro aqueles que são formados nas verdadeiras "Universidades" e sobretudo na universidade da vida. Prefiro um discurso directo e de rotura, do que ler um "discurso" gravado num telemóvel.
Sobretudo hoje onde está em causa a sustentabilidade do futuro desses jovens era importante que TODOS ELES abrissem os olhos e começassem a usar a cabeça para pensar, em vez de unicamente para colocar um chapéu.
Usando uma frase que o Bruno demasiadas veses usou durante a conferência "se calhar" isso é muita dor de cotovelo por essa jota laranja ser organizada, e ter discursos coerentes, não?
ResponderEliminarA Juventude deste país deveria estar a reflectir como é possível que a gerações mais velhas lhes vão entregar um país em que o seu "rating" está ao nível de lixo.
ResponderEliminarDeveriam ser críticas, lutar pelo seu futuro, deveriam querer agarrar este país, mas num por um lugarzinho na política como "boys".
É isto que eu gostaria que a juventude estivesse a discutir em reuniões organizadas por eles, e não em conferências onde o importante é ser politicamente correcto.
Mas o problema deve ser meu e estar nostálgico, dos anos pós revolução de Abril em que os jovens debatiam ideias e o seu futuro. Muitas vezes os mesmos jovens que hoje se acomodaram, mas pelo menos enquanto jovens discutiam, debatiam, trocavam ideias e não eram alinhados com o poder.
A minha única dor de cotovelo é não ter idade para poder estar a lutar pelo meu futuro, mas como já disse várias vezes sempre estarei ao lado dos jovens que queiram ser irreverentes e que lutem por um mundo melhor.
Eu diria que a JSD,para além de muito bem organizada,também está excelentemente formatada e aqui é que está o busílis do problema.
ResponderEliminarÉ doloroso ver hoje jovens,que têm o acesso à educação e à cultura,oportunidades preciosas e únicas,que na maioria dos casos passaram ao lado das vidas dos seus pais,para se organizarem em estilo das antigas juventudes hitlerianas,ou do movimento dos camisas negras de Mussolini,ou ainda do movimento da ditadura salazarista,a Mocidade Portuguesa,essas também organizações monolíticas,fanatizadas,cegas pelo"brilho" e "oratória" dos seus amados líderes,transformando os seus militantes em meros autómatos,verdadeiramente acéfalos e invertebrados,com existência apenas justificada para servir as ambições políticas de uns poucos candidatos a "boys".
Quando se pensava que o "seguidismo",vulgo,"carneirismo"estava ultrapassado,eis que surge cada vez mais pujante e logo naqueles,que dado o acesso à educação e cultura,deveriam ter já o "bom hábito" de pensar pelas suas próprias cabeças,não se deixando manipular,nem se dispondo a jogos partidários,que não à estrita defesa e concretização dos interesses da sua terra natal,o Marco,esconjurando duma vez para sempre os "falsos profetas",que com demasiada frequência vendem promessas e mais promessas,apesar de estarem perfeitamente cientes,que nunca passarão disso mesmo,promessas.
Como vão longe os tempos do Maio de 65,das greves académicas,da contestação e das lutas juvenis.