sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os melhores entre os melhores (Ministro das Finanças)

Vitor Gaspar, o novo Ministro das Finanças, é o último dos ministros que eu aqui apresentei. Independente, pouco conhecido e com pouca, ou nenhuma experiência política, não era uma opção esperada para número dois de Pedro Passos Coelho.

Tendo desempenhado o cargo de Director do Departamento de Estudos do Banco Central Europeu esperava-se que estivesse já preparado com uma resposta rápida para a crise do Euro, mas pelos visto não está.

Tendo também sido Director do Bureau de Conselheiros de Política Europeia da Comissão Europeia, uma equipa que trabalhava directamente com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, esperava-se que conhecesse bem a realidade dos problemas europeus. E como Portugal fica na Europa, eu esperaria que o novo ministro estivesse preparado com uma resposta rápida para os nossos problemas, mas não tinha essa resposta.

Tendo em Portugal, a sua carreira sido realizada principalmente no Banco de Portugal, onde ocupou diversos cargos, sendo o mais recente o de consultor da Administração do Banco de Portugal, eu esperaria que pelo menos tivesse um exacto conhecimento das contas públicas, mas também não as conhecia.

Porém como Vítor Gaspar é também reconhecido pelo seu trabalho ao nível da investigação económica, com trabalhos publicados em áreas como a política monetária, economia pública, economia política e integração europeia, ainda tive a esperança que ele apresentasse uma solução inovadora para os nossos problemas orçamentais. Mas a única solução apresentada foi a clássica e forte subida nos impostos, sobre trabalhadores, aposentados e desempregados.

Claro que “felizmente” poupou os detentores de capital que especulam na bolsa ou que simplesmente se aproveitam das fortes subidas de juros proporcionadas pela degradação dos ratings das agências de notação. Percebe-se esta posição porque não queremos desagradar os mercados financeiros.

Mas até hoje não tinha percebido qual a característica que fez com que merecesse um lugar de tanto destaque na governação do país.

O seu sentido de humor.

Podemos estar falidos mas é importante termos alguém que nos faça rir, e se ainda não viu esta sua actuação aconselho-o a observar a sua excelente capacidade para nos pôr a dar umas valentes gargalhadas.
 
 

4 comentários:

  1. Jorge, a tua descrição do Ministro das Finanças não poderia ser melhor. Efectivamente ele tem um currículo que lhe dá potencial para mostrar serviço.
    A tua conclusão final é que é demasiada "Socratista", para não dizer mesmo "Socialista"!
    Podemos sempre criticar a forma de estar dos políticos, mas pelo menos, este ainda não teve tempo de fazer asneira.

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  2. Que pobreza de espírito!
    Este senhor,talvez por ter vivido nos últimos tempos,lá pelas bandas de Bruxelas,ter respirado uns ares de civilização,estará convicto,que os Portugueses são todos uns coitadinhos,uns mentecaptos.
    Doutro modo como se explicaria o atentado,que sua Ex.cia comete ao intelecto dos Portugueses,tentando explicar a omissão das palavras,que Passos cometeu ao pronunciar-se de maneira bastante esclarecedora,quanto à sua real incompetência para o desempemnho do cargo, que conquistou graças a um conjunto de factores,que lhe foram extremamente favoráveis.
    Chega a ser doloroso,ver e ouvir,sua Ex.cia falar,gesticular e por fim,rematar,que aquela é apenas a sua interpretação da dita omissão.
    Pudera,ele ainda se lembra de Bairrão.
    Entretanto,nós os Portugueses coitadinhos,vamos continuar expectantes,que por sua vez,sua Ex.cia o Primeiro Ministro,nos venha explicar onde está o tal desvio colossal das contas públicas e assim passar um atestado de incompetência aos homens da Troika(nestas coisas de dinheiro,vê-se logo que o FMI anda distraido) e por contraponto elogiar Sócrates pela sua capacidade de esconder os tais esqueletos aos homens da troika.
    Quem se deve estar a rir à gargalhada,é Catroga,ao ouvir a ingénua explicação de Vítor Gaspar,para justificar tal disparate do seu amado líder,PPC.

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  3. Rui

    Não deves ter percebido a ironia do meu post.

    Eu realmente quando percebi qual era curriculum do nº 2 do governo, fiquei sem palavras pois não o conhecia de lado nenhum e estava à espera de alguém com peso político da àrea do PSD.

    Esperava que não fosse o Eduardo Catroga, pois até se tinha espalhado ao comprido na campanha eleitoral, mas existiam outras boas possibilidades. A minha preferência ia para Vitor Bento, aceito que o PSD poderia ter apresentado outras boas cartadas.

    Este é um dos dois lugares que deveriam ser mais importantes neste governo.

    Esperei algum tempo para ver os seus primeiros actos e sinceramente se a situação actual não fosse tão séria acredito hoje que até teriamos um ministro bastante engraçado.

    Experiência política é zero, e o lugar de Ministro obriga a alguma experiênica política. Para teres uma ideia o último PM tecnocrata que Portugal teve, que foi Alfredo Nobre da Costa, liderou um governo que durou três meses.

    Depois esperava, SINCERAMENTE, que como técnico experiente nos quadros do Estado e da União Europeia que pudesse ter preparado soluções rápidas para o que o PSD se propós realizar.E nada.

    Recordo que prometeu apontar uma ideias no fim deste mês, explicar melhor em meados de Agosto e outubro apresentar oficialmente essas medidas para serem implementadas em 2012!!!!

    É espantoso.

    Por fim depois da gaffe grave do PM, que numa altura em que Portugal e Europa estão a ser "atacados" nos Mercados Financeiros, vem falar de "Desvio Colossal", temos o Ministro das Finanças a fazer uma figura triste ao "brincar" com as palavras para tentar dar a volta ao erro do seu "chefe".

    Tudo demasiado mau.

    Mas o certo é que Portugal escolheu um caminho que eu acredito que vai ser doloroso, bem pior do que seriam as medidas do PEC IV e com a grande possibilidade de ir dar a um "colossal abismo".

    Espero estar errado.

    Pessoalmente vou fazer TUDO para dar o meu contributo para que Portugal ultrapasse esta crise, que a empresa onde trabalho resista a estes tempos conturbados e que a minha família sofra o menos possível com toda esta situação.

    Mas se antes a crise INTERNACIONAL condicionava imenso as políticas do país (eu não sou daqueles que diziam que a culpa era SÓ de José Sócrates e agora é SÓ da crise), com algumas opções de extremismo neo-liberal acredito que vamos ter tempos muito difíceis.

    Para começar lá vai quase metade do Subsídio de Natal para os trabalhadores por conta de outrém, dos independentes, dos pensionistas e até dos desempregados.

    Mas não vejo recair esse esforço nos rendimentos de capital. E porquê? Não sei, mas desconfio.

    O pior é que esta medida de subir os impostos em vez de cortar nas despesas como o PSD tinha prometido é a medida daqueles que tem falta de capacidade de resolver os problemas do país, mas que há 3 meses prometiam os tais cortes.

    Até agora o que vi foram cortes simbólicos sem expressão orçamental.

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  4. Caro Miguel

    Realmente ainda não vi nenhuma explicação donde está o tal "desvio colossal", qual é o valor (uns dizem que é mil milhões de euros, outros dizem que é mais do dobro)

    E o imposto extraordnário, primeiro era de 800 milhões de euros, agora já é de 1.025 milhões e pelo menos o público apresentou o número de 1.600 milhões.

    Sem comentários.

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