Mário Soares foi o único dos Presidentes da República a ostentar um cravo na lapela e que explicou com clareza porque chegamos a esta situação. Acusou a "falta de solidariedade europeia" e lamentou que outros Estados como a Bélgica, a Espanha e talvez mesmo a Itália e até a França "irão porventura ser vítimas", como pode ser lido aqui.
Do discurso do actual Presidente da República, que pode ler aqui, destaco esta frase a propósito das próximas eleições:
"Não podem ser feitas promessas que não poderão ser cumpridas."
Tenho pena que esta regra não tenha sido seguida nas últimas eleições e lembrei-me logo de um candidato, a esta próximas eleições, que já prometeu crescimentos de 3 e 4% ao ano no PIB se for eleito.
Entretanto já se podem encontrar reacções a esta cerimónia bastante duras como será o caso da de José Lello, que se pode ler aqui, e que terá escrito no Facebook:
“Este Presidente é mesmo foleiro. Nem sequer convidou os deputados para a cerimónia do 25 Abril.”
A ser verdade considero estranho e desprestigiante para o sistema representativo que aqueles que (ainda) são os nossos representantes eleitos tenham ficado fora desta comemoração (quase) oficial do 25 de Abril de 1974.
De outras reacções, que também poderão ler aqui, destaco a do líder da CGTP-IN, Carvalho da Silva, que defendeu hoje que, com exceção de Jorge Sampaio, as intervenções do Presidente da República e dos antigos Chefes de Estado foram de “continuidade” sem olhar aos “problemas concretos das pessoas”.
Pessoalmente tenho que que concordar com ele e estou espantado que essa intervenção tenha sido praticamente ignorada pelos media. Os media estarão mais preocupados em procurar nos discursos palavras que fomentem ainda mais "sangue" entre os diversos orgãos do Estado e entre os diversos partidos.
Já hoje de tarde em S. Bento, José Sócrates diz que Portugal teria evitado muita coisa se houvesse espírito de concertação, pode ser lido aqui.
E eu não poderia estar mais de acordo com esta "reacção" do ainda Primeiro Ministro. Pois se agora estão todos os "políticos" (com excepção do BE e do PCP) a ter um discurso de concertação e a pedir para bem do país que os partidos cheguem a acordos para sair desta situação, porque é que não tiveram essa atitude antes de terem por "birra" recusado o PEC IV e com isso acabarmos por ser obrigados a ter um PEC bem mais duro para o país e para os portugueses?
Será que na hipótese do PS ganhar as eleições sem maioria vai desta vez respeitar a vontade popular e dar condições para que José Sócrates possa governar?
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