Um relatório de Janeiro de 2011 da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, a que tive acesso, declara sem reservas que o estado da água na albufeira da Barragem do Torrão
«pode colocar em risco as populações humanas que utilizam a água para consumo ou recreio.»
Esta era já a mesma conclusão de outros estudos que tem vindo a ser realizados desde 2002.
Não me surpreende porque já era este o alerta dado por neste blog, em vários outros sites, na própria televisão e nos movimentos da nossa região preocupados com a qualidade da água no Rio Tâmega e tinha sido uma das primeiras preocupações que o Partido Socialista tinha demonstrado no mandato iniciado no final do ano 2009.
Recordo que na Assembleia Municipal de 5 de Fevereiro de 2010 o líder da bancada socialista, João Valdoleiros, questionou o executivo camarário exactamente sobre a questão da albufeira do Torrão e da possibilidade da situação agravar-se com a construção da Barragem do Fridão.
Manuel Moreira declarou que tentaram saber junto da Comissão da Região Norte se por ventura essa Barragem vier a ser construída a mesma irá causar qualquer tipo de impacto na Barragem do Torrão. A resposta obtida, é que efectivamente, não haverá grandes impactos. Alegando que, não se encontrava completamente seguro quanto a esta temática, mas que no entanto, tenta acreditar nos técnicos.
Pessoalmente não me parece que a posição do responsável máximo da autarquia se pode limitar a uma posição destas. Está em causa, como se volta a verificar neste relatório a saúde pública das populações.
Na Assembleia Municipal de 23 de Abril de 2010 José Mota, em resposta a algumas questões do Presidente da Junta de Freguesia do Torrão, solicitou-lhe um encontro a sós para se inteirar melhor da situação do saneamento e do pó das pedreiras. Quanto ao pó das pedras aduziu uma razão que é, a de alguns empresários deitarem água na transformação do granito em pedreiras a céu aberto e não em pavilhões como manda a lei. Prometeu que iriam identificar e punir os prevaricadores. Quanto à questão das descargas no rio Bufa, informou já ter identificado a sua origem na fossa da Agrela em Vila Boa de Quires.
E reconheceu que este problema das linhas de água só será eliminado com o saneamento que não existe no caso.
Na minha opinião esta a linha política de não informar correctamente as populações e de se optar por conversas de gabinete leva ao arrastar da situação, a não se conseguir responsabilizar os culpados por esta situação e que a população não se aperceba do risco que está a correr na utilização directa ou indirecta da água do Rio Tâmega.
O relatório sobre o estado de situação do Rio Tâmega – Albufeira do Torrão foi elaborado a pedido de Manuel Moreira em consequência da tomada de conhecimento da manifestação de uma categoria de ocorrências estranhas observadas na albufeira junta à freguesia de Sobre-Tâmega. O ‘fenómeno’ observado é a expressão física da perda progressiva acentuada de qualidade do meio hídrico.
Esta situação é devida a um processo denominado eutrofização que neste caso provocou a proliferação de um tipo de fitoplâncton dominado pelas cianobactérias, vulgarmente conhecidas por algas azuis, Microcystis aeruginosa e Pseudanabaena mucicola, diatomáceas e clorófitas, espécies responsáveis por tornar as águas neste troço do rio altamente tóxicas.
São apresentadas imagens já bem conhecidas por nós e que tinham sido divulgadas por nós e por outros sites já mencionados anteriormente.
Este estudo recorda que desde 1992 que
«não será aconselhável o recreio com contacto directo e indirecto»
e adianta que
«essa proibição deverá ser acautelada nos meses de Agosto e Setembro por se tratarem dos meses críticos»
e que
«A existência de cianobactérias, produtoras de toxinas, nas águas utilizadas para recreio ou para consumo, constitui um elevado risco para a saúde pública.»
«não será aconselhável o recreio com contacto directo e indirecto»
e adianta que
«essa proibição deverá ser acautelada nos meses de Agosto e Setembro por se tratarem dos meses críticos»
e que
«A existência de cianobactérias, produtoras de toxinas, nas águas utilizadas para recreio ou para consumo, constitui um elevado risco para a saúde pública.»
As ocorrências que provocaram este relatório aconteceram no 14 de Abril de 2010 quando os serviços técnicos municipais, foram contactados telefonicamente por um munícipe, recebendo a informação de que em pleno leito do rio do Tâmega, junto à ponte de Canaveses estariam a ocorrer estranhas formações de “bolsas de ar” ou “erupções”.
Concluindo considero que o executivo já deveria ter decretado a proibição da utilização da albufeira do Torrão para a prática de qualquer actividade naútica e alertar as populações de quais são os riscos que poderão ocorrer no consumo de água proveniente directa ou indirectamente da albufeira do Torrão.
A qualidade da água esta assim porque Rui Cunha pediu aos seus 5 empregados da loja do modelo para deitarem os produtos fora de validade ao Rio!
ResponderEliminarCaro Jorge
ResponderEliminarPara ajudar ao descalabro total, ainda foi construido um Parque Fluvial que vai ter que ser interditado. Sera´que que o dinheiro aplicado no Tâmega não o deveria ter sido no Douro, onde há um verdadeiro Turismo Fluvial? Deixo as respostas aos leitores, mas voltarei ao assunto...
Saudações Democráticas
José António
Meu caro José António
ResponderEliminarSem "armar" em bairrista bacoco,gostaria de lhe dizer que uma parte significativa da receita municipal,continua a ser delabidada em festas e festinhas,em festivais do anho assado,em manifestações culturais(umas atrás das outras) e em obras que possam "dar no olho" e já agora nas muitas horas extraordinárias,que se pagam ao motorista privativo de sua Ex.cia o Senhor Presidente da Câmara e,ah!,nas grandiosas(no sentido de grandes)bandeiras,que advertem os turistas que nos visitam,que entraram em território de senhores feudais,perdão,em terras cujos autóctones,ainda adormecem tranquilamente, julgando-se os donos do território.
Assim sendo,o meu amigo José António não quereria que essas verbas fossem aplicadas naquelas coisas enterradas,nada vistosas,que se destinam a conviver com coisas nauseabundas,nem com aquelas outras coisas,que se limitam a transportar no seu seio,a estranha substância líquida,água de seu nome,que além de não ter qualidade para ombrear com os nossos vinhos verdes(que ricas cepas!),ainda pretende premiar a nossa saúde com toda uma série de prémios à escolha,desde a vulgar dita "caganeira" até à taluda,um qualquer cancro de pele,digestivo e ou neurológico.
Como vê amigo José António,outro qualquer
"humanista",não faria melhor.Então,meu caro,preferiria ver os seus conterrâneos,ainda mais deprimidos,por continuarem a ser o "escárnio" do país?Tenha dó.
Cumprimentos
Miguel Fontes
Caro José António
ResponderEliminarObviamente que o dinheiro público teria sido melhor aplicado em medidas que pudessem controlar este processo, monitorizar os níveis da poluição no rio, melhorar as ETAR's existentes e impedir descargas ilegais.
Mas essa obra não poderia ser inaugurada e não seria de fácil visibilidade para uma grande parte dos Marcoenses.
Assim a opção foi realizar uma obra de fachada que deveria estar por motivos obvios encerrada, ou pelo menos com avisos para os cuidados a ter enquanto a situação da água se mantiver.
Mais uma herança que o Marco herda pela inoperância de dezenas de anos de executivos camarários incompetentes.