sexta-feira, 1 de abril de 2011

Verdade e Rigor (Metro do Porto)

Em Outubro de 1992 o governo presidido por Aníbal Cavaco Silva aprova a constituição da empresa Metro do Porto, S.A., enquanto entidade concessionária do serviço público de metropolitano ligeiro na Área Metropolitana do Porto.

Em Agosto de 1993 a Metro do Porto é formalmente constituída com a seguinte estrutura accionista: Área Metropolitana do Porto, 80%; CP, 15%; Metro de Lisboa, 5%.

Em 7 de Dezembro de 2002 é inaugurada a Linha A (Azul). Na inauguração estiveram presentes muitos políticos, tais como Valente de Oliveira, Rui Rio e Valentim Loureiro, e cerca de 600 convidados, pode ler-se aqui.

A circulação no Metro é gratuita até ao final do ano!

Em Março de 2008, já com a empresa em sérias dificuldades financeiras, concretiza-se a alteração da estrutura accionista, através do aumento do capital social em 2.500.000 euros, integralmente subscritos pelo accionista Estado, que passou assim a deter 40% do capital.

Em 31 de Dezembro de 2008 o endividamento bancário era de 1.776 milhões de euros.

Os corpos sociais incluem políticos conhecidos como o Valentim Loureiro, Rui Rio, Marco António Costa e Guilherme Pinto. Alguns deles mesmo não tendo funções executivas recebem remunerações, é o caso por exemplo de Marco António Costa (29.250 euros) ou Rui Rio (18.183 euros).

Em Junho de 2010 uma auditoria do Tribunal de Contas alerta aqui que:

"Entre 2003 e 2007 a Metro do Porto tinha acumulado resultados líquidos do exercício negativos no montante total de 402,7 milhões de euros", refere o TC”

“Se excluídas as prestações do concedente relativas a subsídios ao investimento, em 2007 a Metro do Porto estava em falência técnica, consequência da perda total do seu capital próprio, que ascendia a mais de 401 milhões euros negativos”.

No site da Metro do Porto pode-se verificar que a taxa de ocupação é de cerca de 17,8%. E pode-se verificar que essa ocupação é máxima nas antigas linhas do CP (que por acaso eram mais rápidas que aa actuais linhas do Metro do Porto) e em algumas das linhas novas não são atingidas sequer ocupações de 5%. Existem casos em que a ocupação é de 0,67%.

O prejuízo por passageiro (ou seja por cada uma das viagens realizadas) em 2008 eram de 2,86 Euros!
   
A 24 de Março deste ano a Metro do Porto sem dinheiro lança (novamente) SOS ao Governo, leia aqui.

Actualização:
Hoje dia 3 de Abril no JN pode-se ler a seguinte notícia:
Em 19 bancos, 18 recusaram emprestar dinheiro à Metro do Porto

6 comentários:

  1. Está-se mesmo a ver,a culpa é do Sócrates.Mamões,como esses senhores,que recebem verbas tão chorudas como as referidas em relação a Marco António Costa e Rui Rio e ainda aparecem nas páginas dos jornais e nos vários canais de TV,"armados em moralistas da vida política",mereciam aquilo que está a acontecer em certos países do norte de África,uma revolta popular,que os "condecorasse" com uma coisa ao pescoço,uma corda.

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  2. Meu caro Jorge Valdoleiros

    Tenho vindo a constatar que o meu amigo publica com relativa frequência no blogue Marcoense Como Nós,postes da sua autoria,em que denota uma acentuada preocupação em dar à estampa uma informação rigorosa e esclarecedora sobre diversos temas da vida política nacional.
    Este sobre o Metro do Porto é mais um,que deveria permitir um "abrir de olhos" de muitos Marcoenses.
    Infelismente,e a vida tornou-me cada vez mais cínico,não acredito que a sua "semente" possa frutificar.
    Uma mentira,repetida muitas vezes,acaba por parecer uma verdade insofismável e outra coisa não têm feito os nossos políticos em todos os círculos,nacionais e locais.
    Do Povo,aqueles que ainda querem acreditar na Democracia,são-no em número cada vez mais pequeno,pelo contrário,o número dos desiludidos cresce rápida e assustadoramente.
    Admiro a sua persistência,não lhe direi que desista,porque a esperança será sempre a última coisa a morrer.A minha é que começa a fraquejar,tal é "imundície" que me rodeia.

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  3. A primeira linha do Metro do Porto que liga Senhor de Matosinhos à Trindade (chamada linha A) foi inaugurada no dia 7 de Dezembro de 2002, um ano em que o primeiro-ministro português era António Guterres (desde Outubro de 1995 até 2002) e o Presidente da República Mário Soares (desde 1986 até 1996).
    Desde do digníssimo António Guterres até ao Sócrates, tivemos 14 anos de Governo PS e apenas 3 anos de governo PSD (apenas três porque o na altura presidente da República Sampaio resolveu retirar Pedro Santana Lopes do Poder).
    Lamentável, este blogue ser um blogue de pregação barata dum partido que não tem condições para continuar. Este blogue tem pouco de marcoense, muito de socialismo - barato -. Como marcoense que sou, peço-lhe no mínimo para mudar o nome do blogue. Com uma sugestão: Socialistas como nós. Tudo isto, por uma questão de ética.

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  4. Caro anónimo

    Antes de mais "Verdade e Rigor".

    1) O governo de António Guterres terminou o seu mandato a 6 de Abril de 2002. Assim não tente dar a ideia que o que foi escrito está errado.

    2) Como deveria saber a Presidência da República não tem poderes executivos e por isso não perecebo a sua alusão a Mário Soares (É claro que nos últimos meses tentou passar-se a ideia que os poderes da PR eram outros mas não são).

    2) Se estivesse atento perceberia que a empresa Metro do Porto que foi criada com a aprovação do Primeiro Ministro Cavaco Silva, foi e alíás, continua a ser gerida por pessoas militantes do PSD (e algumas que também já foram ou ainda são do PS, nomeadamente Narciso Miranda). Todos ligados à AMP e às respectivas autarquias da AMP.

    3) O grande buraco foi criado exactamente no período, que decorre entre o arranque do projecto e a entrada do Estado, com expressão, no seu capital.

    4) A decisão de avançar e o modo como foi avançado este projecto foi da AMP liderada por Vieira do Carvalho (Ex-CDS e PSD na altura) com o apoio do Governo PSD.

    5) Erros como a substituição da Linha da Póvoa e da Linha de Guimarães da CP por uma linha de metro ligeiro, a rota da linha A entre Senhor de Matosinhos e a Senhora da Hora, entre outros foram decisões tomadas no arranque do projecto. (Só para o informar eu assisti às "promessas" que foram realizadas, muito utópicas e irrealista, com única intenção de ganhar votos)

    6) Quando o aperto financeiro era já enorme e o descontrolo do projecto era total é que o Estado entrou no capital com um valor significativo (40%).

    7) Não se pode querer autonomia para o Poder Local e depois quando fazem asneira a culpa ser do Governo Central.

    8) Leia a auditoria e depois diga-nos onde foram cometidos os erros (não são necessárias mais auditorias pois já existem bastante, não estão é a ser divulgadas e lidas convenientemente).

    9) Por fim esteja atento às remunerações dos Administradores não executivos e depois diga-me se o PSD tem credibiidade para dar lições de moral.

    Por fim as opiniões deste blogue são de quem as escreve e não são condicionadas por nenhum partido.

    A filição (ou não) de quem cá escreve é um direito que os portugueses ainda possuem.

    Mas se considera que tem opiniões mais "ricas", verdadeiras ou rigorosas tenha coragem de colocar o seu nome e tentar defender as suas opiniões.

    Até lá considero-o como um cobarde que atira a pedra e porque não tem argumentos esconde-se na capa do anonimato.

    Ou, o que é mais provável, é que seja algum assessor barato que recebe um ordenado pago por nós todos para dizer disparates sem ter tido o cuidado de se preparar melhor.

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  5. Caro Jorge Valdoleiros

    Não foi preciso esperar muito tempo depois de postado o meu comentário,para constatar como as minhas palavras longe de serem proféticas,foram-no extremamente precisas e concludentes.
    Como podemos todos os leitores deste blogue confirmar,não demorou a aparecer um dos muitos "corifeus" do regime,que nos quer salvar da crise,nacional e local,sem apresentar quaisquer alternativas válidas,antes pelo contrário,até afirmam ficar felizes com a entrada do FMI versus opinião de Irlandeses e Gregos,que já sofrem as consequências da sua entrada.
    Mais uma vez,a prática de muitos desses "corifeus" me deu razão,que o masoquismo é genético em Portugal.
    Quanto à crítica muito mal fundamentada desse cobarde anónimo,realizada ao seu poste,só mereceu a sua completíssima resposta.É que além da cobardia do anonimato,ainda demonstrou a sua ignorância sobre os factos governamentais passados dos seus "amados" líderes.
    Como diz e bem o nosso Povo,"mal abrem a boca,entra mosca ou sai asneira(eu diria burricada)".
    Cumprimentos
    Miguel Fontes

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  6. Meu Caro "Adão",
    Antes de mais felicita-lo por se atrever a dar a sua opinião, estou certo que há coerência entre o que escreve e o que pensa.Nas criticas que faz, sempre pertinentes, não se vislumbra uma sugestão de como alterar o rumo dos acontecimentos, além de criticar. Também seria interessante, porque o menciona, conhecer a sua opinião sobre a forma como Santana Lopes foi empossado 1.º Ministro e a resposta dada nas urnas pelos eleitores nas eleições que se seguiram à sua exoneração. Permita que recomende a leitura de declarações recentes do mesmo sobre a crise política em que vivemos.
    Mudar de nome do blogue, não me parece necessário! Afinal foi com este endereço que chegou até cá.
    Sou apologista que todos os comentários, desde que escritos em termos respeitosos, devem ser publicados. O anonimato, quando nos preparamos para comemorar o 36.º Aniversário da Revolução, permite perceber que ainda há quem tenha medo de dizer e assumir o que pensa, o que significa que muito há ainda por fazer para estes lados em termos de cidadania.

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