terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nada de novo

Arrelia-me que conversas privadas cheguem a publico. Por isso não tenho comprado o Sol nem sequer tenho visto notícias na TV e, mesmo o Publico, só o leio ao fim-de-semana. Tanto andei arredio das novidades que dei por mim, numa visita ao cabeleireiro, a olhar para a televisão estupefacto com certas notícias, até de futebol (!).
Durante uma semana ou assim só se falou de conversas que o Primeiro-Ministro teve ao telefone com amigos e que, não se sabe bem como, chegaram aos jornais.
Uma vez tive uma conversa privada que alguém se achou no direito de a gravar e mandar por e-mail a alguém que a reenviou, até ao ponto de voltar a mim.
Além do perverso e estúpido que isto tem (não falando no lado ilicito), uma conversa privada cabe no foro privado, no contexto que quem lê ou ouve não sabe ao certo qual é. No contexto cabe o estado de espírito de quem tem a conversa, o que fez antes e depois de a ter e, finalmente, a mensagem que queria passar. Retirar tudo e ficar só com uma série de palavras umas a seguir às outras não tem significado. A isto chama-se comunicação, há anos que é estudada, mas há por aí uns palermas que ainda não fazem a mínima ideia do que se trata. Que alguns tenham responsabilidades políticas e legais não se compreende bem. Mas isso pode ser também uma questão de comunicação...

3 comentários:

  1. Ainda a respeito das escutas. Sou daqueles que não lê as escutas, não quer saber do que tratam e não lê os jornais que as publicam. Aliás, nem tão pouco gosto de me ouvir, quanto mais os outros.
    A respeito das escutas, quem pode dizer nunca ter tido conversas privadas que tivessem elas sido escutadas e publicadas, dariam uma imagem distorcida da realidade?
    Por vezes, dou comigo a pensar, o que seria se certas conversas a que assisto e participo fossem escutadas e tornadas públicas! Será que o que é dito nessas conversas e nesses contextos, seria afirmado se os intervenientes tomassem conhecimnnto dessas escutas? Claro que não. Uma coisa é aquilo que afirmamos com o sentido de que nos estamos a vincular às palavras que escolhemos, outra coisa é proferir palavras que sabemos não ter, no contexto em que são proferidas, qualquer repercussão. Se é verdade que escolhemos as palavras para expressar um sentido, também é verdade que o sentido dessas palavras varia conforme o destinatário ou circunstâncias em que são proferidas. Tirar as palavras das circunstãncias em que são proferidas e dar-lhe uma expressão vazia, é adulterar a mensagem e enganar o destinatário dessa mensagem.
    Quem hoje defende as escutas, e se serve da divulgação, como instrumento criminoso de atacar adversários, poderá um dia ser vitima desse crime.

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  2. Permitam-me a minha opinião sobre esta polémica do agora escuto eu,depois escutas tu,logo escutamos todos.
    Começo por questionar que interêsses alimentam esta polémica?
    Na minha óptica,estritamente pessoal,interessa antes de tudo,aos grupos accionistas das empresas de Comunicação Social,numa tentativa desenfreada de vender papel.
    Depois e considero que só vem em segundo lugar,interessa aos políticos de baixo coturno,que incapazes de apresentar alternativas políticas credíveis,capazes de elucidar e convencer o eleitorado,enveredam pelo trabalho de "sapa",tentando criar imagens negativas aos seus adversários políticos.
    E, se atentarmos à arma que habitualmente utilizam nessa "guerra",para além da estafada calúnia,é sempre o dinheiro,os interêsses financeiros duns e doutros,ou não sejamos muitos de nós,legítimos descendentes dos ditos "cristãos novos".
    Cá no nosso burgo,como a nível nacional,também temos os tais políticos de baixo coturno,que não hesitam em utilizar o papel que precisa de vender,para vilipendiar aqueles e infelismente poucos,dispostos a trabalhar em prol da coisa pública,sem que se lhes possam apontar quaisquer motivações de carácter mercenário ou outras,como a mera ambição de "penachos" ou "mordomias".

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