terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Resposta a um post

O nosso leitor Miguel enviou-nos os seguintes comentários referentes ao post "Barragens destroem o ecossistema do rio Tâmega", considerei este destaque é relevante para os Marcoenses como Nós.

Caro amigo Jorge, gostaria de responder à última questão que deixa no seu post. Existirão outras alternativas?
Pois bem, a nossa vizinha Espanha aposta forte em parques eólicos e em energia solar por painéis fotovoltaicos.
Quem conhece a nossa costa marítima sabe bem, em especial, no Norte como ela é ventosa. Para além das inúmeras serranias onde também não falta a força do vento. Temos "combustível" suficiente para fazer funcionar inúmeros parques eólicos.
Quanto à energia solar, lembrar-lhe-ei que somos o país da Europa com maior número de horas solares. Tivessem tido os diversos governos que já geriram este Portugal, apostado em conceder benefícios palpáveis a todos, que quisessem apostar na energia solar e uma grande percentagem de moradias familiares e não só, teriam uma poupança enorme na factura da energia.
Não nos podemos esquecer que por detrás da política, estão os grandes interêsses capitalistas, EDP, GALP, a travar o lançamento das energias renováveis.
O Ambiente, para esses senhores, vem depois.

5 comentários:

  1. Estou inteiramente de acordo com os pontos de vista do nosso amigo Miguel e atrever-me-ia a sugerir que falta audácia,engenho e quiçãs, vontade política de fazer mais e melhor em termos de poupança energética.
    Discute-se muito como aumentar a produção de energia eléctrica de modo a satisfazer as necessidades crescentes.Por exemplo,calcula-se que a produção a obter pela entrada em funcionamento das duas primeiras barragens do projecto Tâmega,seja absorvida pelo acréscimo de consumo,em dois anos.
    Em compensação,a política educacional de poupança energética está a dar os primeiros passos.
    Muito do que se pode fazer nesse sentido é matéria desconhecida pelo grande público.
    A única iniciativa que teve algum impacto junto da população,foi a campanha da substituição das lâmpadas ditas de incandescência pelas lâmpadas chamadas poupadoras e de longa duração.
    Ou seja,dever-se-ia implementar uma educação da população no sentido da poupança energética e não criar-se a noção,que a construção de mais e mais barragens,dotará Portugal duma produção auto-suficiente.
    O Povo usa dizer que "No poupar é que está o ganho",filosofia que não interêssa à EDP e aos grupos distribuidores de energia eléctrica.

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  2. José Socrates soube explicar esta questão. As albufeiras bas barragens são uma das poucas formas naturais de armazenar energia renovável. A ideia de distribuir barragens pelo país, ao invés de aumentar a capacidade das existente, resulta da necessidade de aproveitamento da energia eólica para bombagem de água e daí, o armazenamento de energia. Isto resulta das variações de energia consumida e da necessidade de ajustar o momento de produção ao momento de consumo. A propósito, a unica energia renovável de produção contínua é a geo-termica.

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  3. Caro amigo Anónimo, sobre o que disse é melhor explicarmos o funcionamento das barragens hidroeléctricas relativamente ao tipo de aproveitamento, podem ser a fio de água (como as do Douro) e de albufeira, com ou sem bombagem (Pisões e Castelo de Bode, respectivamente).
    É verdade que as albufeiras constituem um meio de “armazenar” energia ao longo de mêses (como no Zêzere), ou mesmo por anos (como em Pisões). As instalações de bombagem permitem “recarregar” a barragem colocando a água a um nível superior aproveitando a energia produzida nas horas de vazio (ou seja quando existem gastos menores de energia).
    Agora temos algumas limitações. A escolha de construir um tipo ou outro de barragem depende muito do caudal do rio e outros factores, até legais e de acordos internacionais. É por isso que no Douro as barragens são quase todas de fio de água.
    Não me parece que a estratégia de construir novas barragens se prende com a necessidade de distribuir as mesmas pelo país. Terá mais a ver com a razão de não ser fácil aumentar a capacidade de uma barragem já construída. Pois a “energia máxima” que é possível obter depende da altura da mesma e do caudal do rio. Não estou também a ver nas barragens de fio de água se aproveitar a dita recarga recorrendo à enrgia produzida pela eólicas.
    Claro que a existência de uma rede grande de barragens permite gerir melhor e tirar uma maior rentabilidade da energia por elas produzidas.
    Concordo que é uma energia renovável, com estas limitações é possível naturlamente armazenar, mas existe um impacto ecologia na construção das mesmas que deve ser avaliado. É um energia limpa, não é por causa da barragem que passará a existir mais poluição mas cria na sua albufeira um lençol de água “mais parado”, sobretudo nas que não são de fio de água.
    Prefiro um barragem a uma central eléctrica sobretudo com produção a partir de hidracarbonetos. A energia nuclear é uma produção “perigosa”, com “risco elevado de não ser limpa” e com a dificuldade de armazenamento do combustível já utilizado.
    A produção de energia eléctrica a partir do sol é ainda cara.
    A eólica também tem algum impacto ecológico.
    Mas o aquecimento a parte da energia solar, a utilização de materiais mais isoladores, e sobretudo a utilização de equipamentos eléctricos com rentabilidades superiores são as melhores formas de reduzirmos as necessidade de produção de energia eléctrica.

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  4. Caro Valdoleiros
    Quis apenas chamar a atenção que é um problema para o distribuidor de energia estar parcialmente dependente de solar ou eólica. Ao nível da rede de distribuição nacional, não é só escolher a mais rentável. Nos diagramas de carga verificamos que a seguir ás poluidoras termicas respondem as hidricas. E não podemos contar com a solar ou a eólica. Há pouco tempo um colega informado nestas matérias disse-me que parte da energia eólica e dos investimentos hidricos previstos para o curto prazo se destinam a que parte da eólica faça bombagem (armazenamento) do recurso hidrico. Pareceu-me que na passada entrevista ao PM ele tentou começar esta explicação quando o Miguel Sousa Tavares perguntou "pq não aumentar a capacidade das existentes". Mas confesso que estas matérias não são a minha especialidade
    Ricardo

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  5. E chamou bem a atenção pois de facto não podemos nem devemos estar dependente só de um fonte de energia.
    E mesmo não sendo esta a sua especialidade mostra conhecimentos. Eu fui obrigado a estudar Produção e Transporte de Energia Eléctrica para como trabalhar em informática e os meus conhecimentos são dessa época.
    É por isso que se faz todo o sentido armazenar a energia elétrica em baragens o problema é que só em algumas é que isso é possível.
    Agora a pergunta de Miguel Sousa Tavares é que faz pouco sentido, pois como disse poder-se-iam colocar turbinas mais "eficazes" e pouco mais.
    Mas o que era importante é que esta discussão fosse pública clara e que todos percebessem os impactos.

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